Biden prepara equipa legal para o caso de resultado ser contestado
EUA/Eleiçôes
14 de set. de 2020, 17:25
— Lusa/AO Online
A equipa é liderada por dois juristas que
trabalharam para o ex-Presidente Barack Obama e, de acordo com a
campanha de Biden, será “o maior programa de proteção eleitoral da
história das campanhas presidenciais”.A
intenção desta equipa é salvaguardar a integridade das eleições e
espoletar litígios quando considerar que o direito de voto está a ser
violado, tendo em conta as circunstâncias particulares deste ato
eleitoral, em plena pandemia de covid-19, em que muitos votos serão
depositados por correspondência.Donald
Trump, atual Presidente e candidato à reeleição, já avisou que pode não
aceitar o resultado das eleições, alegando que o voto por correio pode
distorcer a verdade democrática, acreditando que pode permitir que
alguns eleitores votem mais do que uma vez.A
equipe de juristas de Biden será liderada por Dana Remus, consultora
jurídica da sua campanha e ex-chefe de assuntos jurídicos da Fundação
Obama, e Bob Bauer, consultor jurídico durante o mandato de Obama e que
trabalha como consultor de Biden, desde o verão.A
ambos cabe a criação de uma unidade de “contencioso especial” que
contará com a liderança de dois ex-procuradores e que fiscalizará
centenas de advogados distribuídos por todo o país, com o objetivo de
levantar possíveis ações judiciais a nível estadual ou municipal, em
matéria eleitoral.A equipe será auxiliada
pelo primeiro procurador-geral durante os mandatos de Obama, Eric
Holder, que coordenará as ações judiciais entre a campanha e grupos
progressistas independentes ou vinculados aos democratas que analisam
aspetos do processo eleitoral.Em
entrevista ao The New York Times, Bauer assegurou que há receio de que
Trump venha a usar os poderes do Governo federal para benefício
político, durante o processo eleitoral.As
dimensões desta operação legal da campanha de Biden mostram que os
democratas têm um medo real de que o resultado da eleição de 03 de
novembro possa ser contestado no tribunal e que o vencedor da eleição só
possa ser determinado dias ou semanas após o ato eleitoral, como
sucedeu em 2000, quando os resultados, após a recontagem fracassada do
estado da Flórida foi decidido pelo Supremo Tribunal.