Biden pede que sejam preservadas relações dos EUA com vizinhos México e Canadá
29 de nov. de 2024, 13:02
— Lusa/AO Online
"Acho
que é contraproducente", frisou o presidente norte-americano cessante, a
partir de um quartel de bombeiros na luxuosa ilha de Nantucket, na
costa nordeste do país.Estes países vizinhos são "aliados", lembrou, e "a última coisa a fazer é começar a estragar estas relações".O
democrata, que respondia a perguntas dos jornalistas, manifestou
esperança de que o presidente eleito Donald Trump reconsidere o projeto
de impor um aumento de 25% nos direitos aduaneiros sobre os produtos
provenientes destes dois países quando tomar posse na Casa Branca, no
final de janeiro.Trump causou surpresa na
segunda-feira ao confirmar o seu desejo de aumentar drasticamente as
tarifas alfandegárias sobre os produtos provenientes do México e do
Canadá.Este ataque a dois países vizinhos,
com os quais o próprio assinou um acordo de comércio livre durante o
seu mandato anterior, levanta receios de uma vasta guerra comercial
capaz de prejudicar o crescimento global.Durante
a sua campanha, o magnata republicano fez dos direitos aduaneiros a
espinha dorsal da sua política económica, prometendo visar todos os
produtos estrangeiros que entrassem nos Estados Unidos.Trump
pretende, em particular, utilizar esta arma como instrumento de
negociação diplomática e prometeu manter a sobretaxa "até que as drogas,
especialmente o fentanil, e todos os imigrantes ilegais travem a
invasão" dos Estados Unidos.Esta política
terá resultados que ainda são incertos. Na quarta-feira, Trump falou com
a Presidente mexicana Claudia Sheinbaum, mas o seu telefonema levou a
interpretações divergentes.O
norte-americano garantiu que a sua homóloga aceitou "travar a imigração
ilegal" para os Estados Unidos. Mas Sheinbaum contrariou-o, lembrando
que a posição do México "é não fechar as fronteiras".O
governo mexicano já ameaçou responder ao aumento das tarifas dos EUA
com medidas de retaliação semelhantes. Mas a Presidente adotou um tom
tranquilizador na quinta-feira."Não haverá
uma potencial guerra de tarifas", garantiu, acrescentando que pretende
construir um diálogo construtivo com a futura administração Trump.Trump
planeia também aumentar os direitos aduaneiros em 10% sobre os produtos
provenientes da China, onde são fabricados os precursores químicos
necessários para a produção de fentanil, um opiáceo mortal que mata
milhares de pessoas todos os anos nos Estados Unidos.Esta decisão "não vai resolver" os problemas dos norte-americanos, sublinhou hoje Pequim.Questionado
sobre o estado das relações entre os Estados Unidos e a China, Biden
recordou ainda que "estabeleceu uma linha direta entre o Presidente Xi
(Jinping), bem como entre os militares" dos dois países."Uma
coisa de que tenho a certeza sobre o Xi é que ele não quer cometer
erros. Não estou a dizer que ele é o nosso melhor amigo, mas ele percebe
o que está em jogo", frisou o presidente cessante.