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Biden pede aos americanos otimismo em “tempos escuros”

O antecessor de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Joe Biden, pediu otimismo ao povo norte-americano, face a ataques à liberdade de expressão e testes aos limites do poder


Autor: Lusa/AO Online

“Desde a sua fundação, a América serviu de farol da ideia mais poderosa de sempre de governo na história do Mundo. O conceito é mais poderoso do que qualquer exército. Temos mais força do que qualquer ditador”, disse, discursando em público pela primeira vez desde que se submeteu a um tratamento de radiação para combater um cancro.

Biden, com 82 anos, sofre de doença oncológica na próstata e falava para uma plateia, em Boston, Massachussets, na costa atlântica, ao receber a distinção do Instituto Edward M. Kennedy, pela sua carreira e vida.

O decano do Partido Democrata defendeu que os EUA dependem de uma Presidência com poderes fiscalizados, um Congresso funcional e uma Justiça independente. Decorre uma nova paralisação da Administração federal – a Segunda mais longa de que há registo - e Trump tem-se servido dela para experimentar novas táticas de comando.

“Amigos, não consigo dourar a pílula. Vivemos tempos escuros”, frisou, mas prevendo que o país vai “voltar ao rumo certo outra vez” e “reaparecer, como sempre – mais forte, maduro e resiliente, mais justo, desde que a fé se mantenha”.

Joe Biden exemplificou com funcionários federais que se demitem em protesto e universidades e humoristas, que têm sido alvos da atual liderança do Partido Republicano, os quais combatem tais ameaças por parte da Casa Branca.

“Os apresentadores dos programas [de televisão] da noite continuam a pôr o foco na Liberdade de expressão sabendo que os seus empregos estão em risco”, destacou, referindo-se também a eleitos republicanos que votam ou falam abertamente contra Trump.

Segundo o ex-presidente norte-americano, “a América não é um conto de fadas” e, “durante 250 anos foi sempre um ‘jogo do empurra’, uma luta existencial entre o perigo e a possibilidade”.

“Levantem-se!”, concluiu.

Biden deixou a sala oval, em Washington, depois de um mandato, após ter desistido da recandidatura em favor da sua vice-presidente, Kamala Harris, que viria a perder as eleições de 06 de novembro de 2024 para Donald Trump, que já tinha sido presidente entre 2017 e 2021.