Biden diz que foi feita justiça com morte do líder da Al-Qaeda mentor do 11 de setembro
2 de ago. de 2022, 11:59
— Lusa/AO Online
“Esteve profundamente
envolvido no planeamento dos ataques de 11 de setembro [de 2001].
Durante décadas foi responsável por orquestrar ataques contra cidadãos
norte-americanos. Agora, foi feita justiça e este líder terrorista já
não existe”, frisou Joe Biden, numa declaração a partir da Casa Branca, na segunda-feira.Joe Biden referiu que o
mundo já não precisa temer este “assassino impiedoso”, destacando em
particular, os familiares das vítimas do 11 de setembro.“Espero
que esta ação decisiva permita mais um virar de página para as famílias
que perderam alguém no 11 de setembro”, atirou, sobre os ataques
organizados pela Al-Qaeda, na altura liderada por Osama bin Laden, com
Ayman al-Zawahiri como 'número dois'.O
governante salientou também que os EUA “continuam a demonstrar
capacidade para defender os cidadãos norte-americanos dos que querem
fazer mal” ao país.“Não interessa quanto
tempo demore, ou onde quer que se escondam, se forem uma ameaça à
população dos EUA, vamos encontrar-vos e eliminar-vos”, sublinhou ainda,
dirigindo-se a “todos aqueles um pouco por todo o mundo que querem
prejudicar os Estados Unidos".Um alto
funcionário do governo norte-americano tinha revelado aos jornalistas
que decorreu no fim de semana uma “operação antiterrorista contra um
grande alvo da Al-Qaeda" no Afeganistão.Os
‘media’ norte-americanos adiantaram de imediato que o alvo de um ataque
de ‘drone’ da Agência Central de Inteligência (CIA) “bem-sucedido”, em
Cabul, era o líder da Al-Qaeda, Ayman al-Zawahiri.Joe
Biden revelou que os agentes dos serviços de informação
norte-americanos rastrearam Al-Zawahiri, que se encontrava numa casa no
centro de Cabul, escondido com a família.O
chefe de Estado norte-americano aprovou a operação na semana passada,
na segunda-feira, e esta foi executada no domingo de manhã, acrescentou.Segundo
a Casa Branca, apenas o líder da Al-Qaeda morreu na operação, e não
houve danos colaterais, nem mesmo dos membros da família do líder da
organização terrorista, sendo que a mesma informação foi transmitida por
Biden. Uma autoridade dos EUA frisou à
agência de notícias France-Presse (AFP) que a operação decorreu sem
qualquer presença militar no terreno.Nascido
no Egito em 1951, Zawahiri assumiu a liderança da organização
terrorista após a morte de Osama bin Laden, numa operação
norte-americana no Paquistão, em 2011.O
Departamento de Estado norte-americano oferecia até 25 milhões de
dólares (24,3 milhões de euros) de recompensa por informações que
levassem à captura do líder da Al-Qaeda.O
ataque contra Al-Zawahri permite eliminar a figura que moldou a
Al-Qaeda, primeiro como 'vice' de Osama Bin Laden desde 1998 e depois
como o seu sucessor.As duas figuras
utilizaram armas do movimento ‘jihadista’ para atacar os Estados Unidos,
orquestrando o ataque mais mortífero em solo norte-americano, os
ataques de 11 de setembro de 2001.Os
ataques ao World Trade Center e ao Pentágono fizeram de Bin Laden o
‘inimigo número um da América’, mas estes nunca teriam ocorrido sem o
seu braço direito.Bin Laden forneceu
carisma e dinheiro à Al-Qaeda, mas Al-Zawahri trouxe capacidade tática e
habilidades organizacionais necessárias para criar militantes numa rede
de células em países de todo o mundo.A
operação ocorreu quase um ano depois da retirada caótica das forças
norte-americanas do Afeganistão, que permitiu aos talibãs recuperarem o
controlo do país, 20 anos depois.A
Al-Qaeda já tinha perdido o seu 'número dois', Abdullah Ahmed Abdullah,
morto em agosto de 2020 em Teerão por agentes israelitas, numa operação
secreta apoiada por Washington, segundo revelou na altura o jornal New
York Times.A 03 de fevereiro, Joe Biden
anunciou a morte do líder do grupo Estado Islâmico (EI) Abu Ibrahim
al-Hachimi al-Qourachi, durante uma operação realizada no norte da
Síria.