Biden diz que Exército considera “má ideia” líder do Congresso visitar Taiwan
21 de jul. de 2022, 12:13
— Lusa/AO Online
Os
comentários de Biden surgem um dia depois de o ministério dos Negócios
Estrangeiros da China ter advertido que o país vai adotar “medidas
resolutas e fortes”, caso Pelosi visite a ilha, que é reivindicada por
Pequim, apesar de funcionar como uma entidade política soberana.“Acho
que os militares consideram que não é boa ideia neste momento”, disse
Biden, em conferência de imprensa, em resposta a uma pergunta sobre a
viagem de Pelosi.“Mas não sei qual é a situação atual”, apontou.O
jornal Financial Times avançou, esta semana, que a presidente da Câmara
dos Representantes dos Estados Unidos irá visitar Taiwan, em agosto,
numa altura em que Taipé enfrenta crescente pressão por parte da China.A
confirmar-se, seria a primeira visita de um líder do Congresso
norte-americano a Taiwan nos últimos 25 anos. Pelosi tinha originalmente
planeado a visita para abril, mas acabou por adiar, depois de ter
testado positivo para a covid-19.A viagem
decorre numa altura em que a relação entre Estados Unidos e China
atravessa o pior momento desde que os países normalizaram as relações
diplomáticas, em 1979, e Washington passou a reconhecer a liderança em
Pequim como o único governo legítimo de toda a China, rompendo os
contactos oficiais com Taipé.O gabinete de Pelosi não negou, nem confirmou, a visita.O
porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Zhao
Lijiang, disse que a viagem “minaria gravemente a soberania e a
integridade territorial da China, teria grave impacto na base política
da relação China-EUA e enviaria um sinal muito errado às forças
independentistas de Taiwan”.Os Estados
Unidos têm um compromisso de longa data com a política “uma só China”,
que implica o reconhecimento de Pequim como o único governo da China,
mas permite relações informais e laços de Defesa com Taipé.Taiwan,
a ilha onde se refugiou o antigo governo chinês depois de o Partido
Comunista tomar o poder no continente em 1949, assume-se como República
da China, e funciona como uma entidade política soberana.No entanto, Pequim considera Taiwan uma província sua e ameaça usar a força caso a ilha declare independência.Biden também disse que espera reunir por videoconferência com o Presidente chinês, Xi Jinping, nos próximos 10 dias.Os
assessores económicos e de segurança nacional de Biden estão a concluir
uma revisão da política tarifária dos EUA e a elaborar recomendações
para o Presidente.O seu antecessor, Donald
Trump, impôs taxas alfandegárias punitivas sobre centenas de milhares
de milhões de dólares de importações oriundas da China, visando reduzir o
défice comercial norte-americano e forçar a China a adotar práticas
comerciais mais justas.A secretária do
Tesouro, Janet Yellen, pediu a eliminação de algumas dessas taxas como
forma de ajudar a combater a inflação nos Estados Unidos. Outros membros
do governo Biden, incluindo a representante comercial dos EUA,
Katherine Tai, levantaram preocupações sobre a flexibilização das taxas,
já que a China não cumpriu o compromisso de aumentar as importações de
produtos dos EUA.Biden evitou uma pergunta
sobre o que terá a dizer a Xi sobre as taxas. “Vou-lhe dizer que tenha
um bom dia”, respondeu o chefe de Estado norte-americano.