Biden critica republicanos por quererem cortar ajuda financeira à Ucrânia
21 de out. de 2022, 17:10
— Lusa/AO Online
"Eles
[os republicanos] dizem que, se vencerem, provavelmente não continuarão
a financiar a Ucrânia", disse o chefe de Estado, durante um evento de
arrecadação de fundos em Filadélfia, na Pensilvânia, um estado-chave
para as eleições de meio de mandato."Eles
não entendem. Isto é muito maior que a Ucrânia. É a Europa Oriental. É a
NATO", criticou Biden, avaliando que os republicanos "não entendem a
política externa norte-americana".O líder
dos republicanos na Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy, alertou
na terça-feira que o seu partido não passará um "cheque em branco" à
Ucrânia, se conquistar a maioria dos assentos na Câmara nas eleições de
08 de novembro.Até ao momento, o apoio
financeiro dos Estados Unidos à Ucrânia tem alcançado um forte apoio
bipartidário no Senado e na Câmara dos Representantes desde o início da
invasão russa, em 24 de fevereiro.Desde
que chegou à Casa Branca, em janeiro de 2021, Biden já enviou mais de
17,5 mil milhões de dólares (17,9 mil milhões de euros) em ajuda militar
a Kiev. Biden esteve em Filadélfia na
quinta-feira para encabeçar uma campanha de arrecadação de fundos em
prol do democrata John Fetterman, que concorre a uma vaga no Senado.Fetterman,
vice-governador da Pensilvânia, está no centro de uma corrida acirrada
contra o cirurgião republicano e celebridade televisiva Mehmet Oz,
também conhecido como Dr Oz.A vantagem de
Fetterman, antes confortável, recuou de 11 pontos em meados de setembro
para cerca de cinco pontos nas últimas sondagens.Fetterman
sofreu um acidente vascular cerebral em maio, do qual afirma estar a
recuperar, mas que o impediu de fazer campanha em público durante várias
semanas.No evento, Biden disse à multidão
que perder o controlo do Senado significaria o fim dos custos mais
baixos do programa de saúde Medicare, seria uma ameaça à democracia e
aos direitos ao aborto e seria uma vitória para os “republicanos do
MAGA", o icónico 'slogan' de campanha de Donald Trump: 'Make America
Great Again' [Tornar a América Grande de Novo]."O
resto do mundo também está a olhar para esta eleição. Os bons e os
maus. Temos que vencer. John [Fetterman] tem que ganhar. (...) Se não
mantivermos o Senado e a Câmara dos Representantes nesta próxima
eleição, muita coisa vai mudar”, anteviu o chefe de Estado.Analistas
consideram a Pensilvânia um dos estados-chave que os democratas
precisam de vencer para reter o controlo do Senado após 08 de novembro.
Na Câmara dos Representantes, a luta promete ser ainda mais difícil.Horas
antes, Biden havia divulgado o seu plano de investimento em
infraestrutura, durante uma visita a uma ponte que está a ser reparada
em Pittsburgh, na Pensilvânia.O plano que
os democratas conseguiram aprovar num Congresso dividido é "o maior
investimento" da história americana, disse Biden, perto da ponte Fern
Hollow, que desabou em janeiro e que agora o Presidente quer transformar
num símbolo do sucesso do seu programa."Não há lugar melhor para falar sobre a reconstrução da espinha dorsal da América, a classe média", declarou."Quero
que vocês sintam o que eu sinto: orgulho, orgulho do que podemos fazer
quando trabalhamos juntos", acrescentou o democrata, num discurso
destinado a reunir os democratas, três semanas antes das eleições de
meio de mandato.Biden estará de volta à
Pensilvânia na próxima semana, com a vice-presidente, Kamala Harris,
para se reunir com o comité estadual da Pensilvânia. O candidato
democrata John Fetterman e o procurador-geral Josh Shapiro também são
esperados na reunião.