Biden apreende fundos afegãos e reserva metade para vítimas do 11 de setembro
Afeganistão
11 de fev. de 2022, 16:40
— Lusa/AO Online
Numa manobra
extremamente invulgar que permite aos EUA tomar posse dos ativos (cerca
de 6,1 mil milhões de euros) de outro Estado, Biden pede que os fundos
sejam depositados numa conta na Reserva Federal de Nova Iorque, uma
instituição pública.O Presidente quer que
metade do dinheiro seja reservado para pedidos de indemnização
apresentados pelas famílias das vítimas dos atentados de 11 de setembro
de 2001.A outra metade é para ser gasta em
ajuda humanitária ao Afeganistão, para que o dinheiro não caia nas mãos
dos talibãs, no poder em Cabul desde agosto de 2020, explicou a Casa
Branca.“É muito importante mobilizar 3,5
mil milhões de dólares (3,05 mil milhões de euros) e assegurar que são
utilizados para benefício do povo afegão” e ao mesmo tempo garantir que
“possam ser ouvidas as vozes” das famílias vítimas de terrorismo, nos
tribunais federais dos EUA, disse um alto funcionário da Casa Branca, em
conferência de imprensa.O funcionário
reconheceu que a situação era “legalmente complicada”, e argumentou que o
anúncio de hoje é o início de um processo que durará meses.O
caminho escolhido pelo Presidente norte-americano é suscetível de ser
controverso, numa altura em que o Afeganistão enfrenta uma grave crise
humanitária.No final de abril de 2021, as
reservas brutas do Banco Central afegão ascendiam a 9,4 mil milhões de
dólares (8,2 mil milhões de euros), de acordo com o Fundo Monetário
Internacional (FMI).Esta quantia,
depositada antes da tomada de poder dos talibãs em agosto de 2021, é
mantida principalmente no estrangeiro, a maior parte nos Estados Unidos.Os
funcionários da Casa Branca argumentaram que estas reservas no Banco
Central afegão provêm, em parte, da ajuda internacional, particularmente
dos EUA, recebida pelo país.