Biden anuncia moratória para perfuração de petróleo e uma cimeira do clima
27 de jan. de 2021, 18:16
— Lusa/AO Online
Biden
deve assinar, aidna esta quarta-feira, uma ordem executiva com várias medidas na área
ambiental, incluindo a organização pelos Estados Unidos de uma cimeira
sobre o clima, no dia 22 de abril, o Dia da Terra, que coincide com o
quinto aniversário da assinatura do Acordo de Paris, ao qual os EUA
regressaram poucas horas após a posse do novo Presidente.A
medida da moratória na outorga de novas concessões para perfuração de
petróleo e gás em terras e águas de propriedade do Estado, que o
Presidente assinará hoje, não afetará nenhuma concessão já autorizada,
mas permitirá que Biden cumpra uma das suas promessas de campanha.Os
Estados Unidos também se comprometem a preservar a integridade de 30%
das terras e águas federais até 2030, a fim de conter a perda de
biodiversidade.Biden também anunciou que
as matérias ambientais serão parte essencial da diplomacia e das
políticas de segurança dos Estados Unidos e que reconstituirá um
conselho científico de especialistas.O
Presidente dos EUA instruirá ainda as agências federais para que
invistam em áreas economicamente dependentes de combustíveis fósseis e
apoiem as populações afetadas pela crise climática.Com
estas medidas, Joe Biden aproxima-se do seu objetivo de eliminar os
combustíveis fósseis e de atingir a neutralidade de carbono no setor de
energia até 2035.Contudo, algumas
associações ambientais, como a Oceania, querem que o novo Presidente vá
ainda mais longe, transformando a moratória sobre a perfuração numa
proibição permanente.“Ao proteger
permanentemente as nossas costas da poluição causada pelas perfurações
em mar aberto e ao favorecer as fontes renováveis de energia (…) podemos
simultaneamente combater as alterações climáticas e garantir uma
economia verde para as nossas costas”, explicou Diane Hoskins, porta-voz
da Oceana.O projeto presidencial agora revelado também provocou fortes críticas na indústria de combustíveis fósseis.“Limitar
a exploração (de combustíveis fósseis) em terras e águas estaduais nada
mais é do que uma política de importação de petróleo”, denunciou Mike
Sommers, presidente da federação de profissionais da indústria de
petróleo e gás dos Estados Unidos.David
Waskow, do Instituto Mundial de Recursos Naturais, considera que a
cimeira do clima, planeada para abril, será uma oportunidade para a
principal potência mundial sentar-se à mesa de discussões com outros
países, antes da grande conferência da ONU sobre o clima (COP26), que
decorrerá em novembro, no Reino Unido.Waskow
espera que os Estados Unidos aumentem as suas metas ambientais, com um
horizonte potencial de redução de 50% nas emissões totais de gases de
efeito estufa até 2030, em relação aos níveis de 2005.O
Presidente democrata também deve apresentar ao Congresso, em fevereiro,
o seu plano climático, com um custo estimado de cerca de dois mil
milhões de euros, que coloca as medidas verdes no centro da economia dos
EUA.