Biden anuncia Antony Blinken para futuro secretário de Estado norte-americano
23 de nov. de 2020, 18:09
— Lusa/AO Online
Biden
vai também indicar John Kerry, senador pelo estado de Massachusetts e
ex-candidato presidencial, para liderar o combate às mudanças
climáticas, e Alejandro Mayorkas como futuro secretário de Segurança
Interna (que já desempenhou a função de subsecretário nesta pasta entre
2013 e 2016, no Governo de Barack Obama), ficando com a sensível área da
migração.“Preciso de uma equipa pronta
desde o primeiro dia”, escreveu Joe Biden no comunicado, explicando que
as suas escolhas recaíram sobre “pessoas tão experientes e testadas como
inovadoras e criativas”.O futuro
secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, 58 anos, foi
vice-secretário de Estado e vice-conselheiro de segurança nacional
durante o mandato do ex-Presidente Barack Obama (2009-2017) e tem
relações muito próximas com Biden.Os
analistas dizem que, se for confirmado pelo Senado, Blinken procurará
restabelecer a relação dos Estados Unidos com os seus aliados, que ficou
fragilizada com a atitude unilateralista do Presidente cessante, Donald
Trump.Estes três nomes constituem peças
da equipa que Biden está neste momento a montar para o seu futuro
Governo, apesar de Trump não admitir a derrota nas recentes eleições
presidenciais e continuar a contestar judicialmente o resultado em
diversos estados, procurando impedir o processo de transição de poder.Ao
nomear Blinken, Biden tenta contornar questões potencialmente difíceis,
que deveriam afetar a confirmação no Senado de outros dois candidatos
na sua lista para a chefia da diplomacia norte-americana: Susan Rice e o
senador Chris Coons.Rice enfrentaria a
oposição da maioria no Senado, já que ela foi muito contestada pelos
republicanos pelas declarações que fez após os ataques contra
norte-americanos em Benghazi, na Líbia, em 2012; Coons, membro do Comité
de Negócios Estrangeiros do Senado, carece de experiência na gestão de
questões diárias de política externa que Blinken conseguirá trazer para o
cargo.Biden começou a anunciar as suas
escolhas de gabinete por etapas e por setores e deverá dar prioridade às
áreas da economia, segurança nacional e saúde pública.Outros
nomes começam a ser falados para a futura equipa presidencial, como
Michele Flournoy, uma veterana do Pentágono, que poderá ser indicada
para o cargo de secretária de Defesa, sendo a primeira mulher neste
cargo, e Jake Sullivan, um conselheiro de longa data de Biden e Hillary
Clinton, para conselheiro de segurança nacional da Casa Branca.O
Presidente eleito deverá contratar ainda a veterana diplomata Linda
Thomas-Greenfield como embaixadora dos EUA nas Nações Unidas.O
próximo secretário de Estado participou recentemente num ‘briefing’ de
segurança nacional com Biden e com a vice-Presidente eleita, Kamala
Harris, tendo-se pronunciado sobre questões de política externa
relacionados com a situação no Egito e na Etiópia.O
futuro chefe da diplomacia trabalhará num departamento que escapou às
propostas de cortes de recursos humanos propostas por Donald Trump (e
travadas pelo Congresso), mas que viu sair um número significativo de
funcionários seniores, que se afastaram da carreira em discordância com a
política externa do Governo republicano.Formado
pela Universidade de Harvard e pela Columbia Law School, Blinken tem
uma presença de longa data na área dos Negócios Estrangeiros, tendo
trabalhado neste setor desde a era do Presidente Bill Clinton
(1993-2001).Biden prometeu construir o
Governo mais diversificado da história moderna de forma muito célere,
mas Ron Klain, o futuro chefe de gabinete de Biden, disse no domingo que
a recusa de Trump em facilitar a transição de poder está a atrasar todo
o processo de constituição de equipas.