Biden admite repensar continuidade de recandidatura
3 de jul. de 2024, 17:38
— Lusa/AO Online
Embora o "aliado
importante", cuja identidade não foi revelada pelo jornal, tenha
sublinhado que Joe Biden "ainda está profundamente envolvido na luta
pela reeleição", o chefe de Estado entende que as suas próximas
aparições na televisão e em eventos públicos "têm de correr bem".Joe
Biden dará na sexta-feira a sua primeira entrevista desde o polémico
debate presidencial e terá ainda eventos de campanha nos próximos dias
na Pensilvânia e Wisconsin, dois estados-chave para definir o vencedor
das eleições de 05 de novembro.Até agora, o
Presidente manteve-se publicamente firme na continuação da sua campanha
de reeleição para a Casa Branca, apesar das críticas do seu próprio
partido após um desempenho amplamente criticado durante o debate da
semana passada contra Donald Trump, o rival republicano.Após
a publicação do artigo do New York Times, Andrew Bates, porta-voz da
Casa Branca, rejeitou as declarações do "aliado": "absolutamente
falso". Um dos principais conselheiros de
Biden, que também falou com o New York Times sob condição de anonimato
para discutir a situação, disse que o chefe de Estado estava "bem ciente
do desafio político que enfrenta".Este é
o primeiro indício tornado público de que o Presidente está a considerar
se poderá recuperar da sua performance - que se mostrou altamente
negativa para a sua campanha - no palco do debate em Atlanta.Biden
tem sido duramente criticado pela sua atuação no debate em que projetou
uma imagem envelhecida, com voz rouca e dificuldades para concluir
algumas frases, aumentando as dúvidas entre eleitores e membros do
Partido Democrata sobre a sua capacidade para derrotar Trump e levar
adiante mais quatro anos de Governo.O
Presidente, de 81 anos, reconheceu na terça-feira que “quase adormeceu”
durante o debate contra Trump e atribuiu o seu cansaço às viagens que
fez poucos dias antes a Itália, para a cimeira do G7, e a França, para o
80.º aniversário do desembarque na Normandia.Após
o desempenho de Biden na semana passada, o foco voltou-se também para a
vice-presidente norte-americana, Kamala Harris, uma potencial candidata
caso o chefe de Estado se retire da corrida e que tem estado envolvida
num ato de equilíbrio político há vários dias.“A
candidata democrata em 2024 deve ser Kamala Harris”, defendeu o
ex-congressista democrata do Ohio Tim Ryan, num entusiástico artigo de
opinião para a revista Newsweek.Porém, Harris ainda não demonstrou qualquer ambição nesse sentido.“Joe
Biden é o nosso candidato. Vencemos Donald Trump uma vez e vamos
vencê-lo novamente”, disse a vice-presidente à CBS News na terça-feira,
manifestando “orgulho” em fazer campanha ao lado do líder octogenário.Após
o último debate entre Biden e Trump, a democrata de 59 anos saiu
imediatamente em defesa do mandatário, admitindo que o Presidente
norte-americano foi “lento a começar”, mas que “terminou forte”.O
calendário oficial do Presidente indica que almoçará esta quarta-feira com Kamala
Harris, o que não é frequente, embora fosse um ritual semanal quando ele
próprio era vice-presidente de Barack Obama.Primeira
mulher, mas também a primeira negra e asiática a tornar-se
vice-presidente dos Estados Unidos, a posição de Kamala Harris coloca-a a
um passo do cargo supremo. Mas isso não garante a sua substituição como
candidata à Casa Branca caso Biden se retire da campanha.Com
vários cenários em aberto, Harris é um dos nomes da lista de potenciais
candidatos, que incluem também o governador da Califórnia, Gavin
Newsom, ou a governadora de Michigan, Gretchen Whitmer.