Berta acredita na polícia municipal

21 de nov. de 2008, 14:12 — Lusa/AOonline

 "Todos os anos fazemos novas cartas ao ministro da Administração Interna e estou em crer que agora o dossiê irá avançar, porque a situação começa a complicar-se", afirmou Berta Cabral, acrescentando que recebeu um "sinal" de que agora há vontade política para alterar a legislação.     A presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada falava após uma visita à nova esquadra da PSP na zona da Calheta, onde estão instalados desde Setembro os elementos de intervenção rápida, núcleo de armas e explosivos, segurança privada e contencioso.     Berta Cabral adiantou que na última carta que recebeu do ministro da Administração Interna este lhe disse que "estava a preparar as coisas de forma a haver alguma reformulação ao nível da constituição das polícias municipais, no sentido de retirar da legislação os protocolos financeiros".     Reafirmando que a autarquia de Ponta Delgada está disposta a suportar os encargos financeiros, a autarca considerou muito importante a criação no concelho da polícia municipal que, ao dedicar-se às questões do trânsito e estacionamento, permitirá à PSP maior disponibilidade de meios para a segurança de pessoas e bens.     No arquipélago, o Comando Regional da PSP conta com o serviço de cerca de 900 agentes.     "Apenas pretendemos um compromisso do Ministério da Administração Interna para a formação dos respectivos agentes", afirmou Berta Cabral, que sem avançar o custo para os cofres da autarquia indicou que em Ponta Delgada a Polícia Municipal ficaria completa com 25 agentes.     Devido ao aumento da insegurança no concelho de Ponta Delgada, a autarquia reuniu em Janeiro o Conselho Municipal de Segurança, tendo enviado cartas a dar conta da situação ao Presidente da República, representante da República nos Açores e ao ministro da Administração Interna.     Além da falta de cerca de 200 polícias no quadro do Comando Regional da PSP, Berta Cabral está preocupada com "a falta de soluções adequadas e atempadas" por parte dos poderes públicos competentes passado todo esse tempo.     Segundo disse a autarca, continua a registar-se uma aumento significativo da pequena criminalidade, apontando como exemplo os 1.255 processos abertos sobre violência doméstica ocorridos entre Janeiro e Outubro deste ano nos Açores, dos quais 1.026 na ilha de São Miguel e 462 em Ponta Delgada.     Localizado no extremo oeste da ilha de São Miguel, o concelho de Ponta Delgada concentra 66 mil habitantes, o que equivale a 28 por cento da população do arquipélago.