Bento XVI denuncia corrupção e pede aos líderes mundiais para não privarem as pessoas de esperança

19 de nov. de 2011, 13:14 — Lusa / AO online

“Neste momento, existem muitos escândalos e injustiças, muita corrupção e ganância, muito desprezo e mentiras, muita violência que levam à miséria e à morte”, declarou o papa num discurso no palácio presidencial de Cotonu, capital económica do Benim, onde chegou na sexta-feira. Bento XVI sublinhou que aqueles males afligem África “mas também o resto do mundo”. “Cada povo quer compreender as escolhas políticas e económicas que são feitas em seu nome. Ele compreende a manipulação e a sua vingança é por vezes violenta”, alertou Bento XVI, que se dirigia a responsáveis políticos, diplomatas e representantes de outras regiões. “Desta tribuna, lanço um apelo a todos os responsáveis políticos e económicos dos países africanos e do resto do mundo. Não privem os vossos povos da esperança. Não amputem o seu futuro ao mutilarem o seu presente”, disse. O papa referiu-se ainda à designada primavera árabe e à recente independência da parte sul do Sudão, que se tornou o Sudão do Sul. “Nos últimos meses, numerosos povos manifestaram o seu desejo de liberdade, a sua necessidade de segurança material e a sua vontade de viver harmoniosamente na diferença das etnias e das regiões. Até nasceu um novo Estado no vosso continente”, referiu. O papa chegou na sexta-feira ao Benim para uma viagem de três dias, a sua segunda deslocação a África em seis anos e meio de pontificado, depois da que realizou aos Camarões e a Angola em 2009.