Benfica recorda “urbanidade” de treinador “à frente no seu tempo”
26 de ago. de 2024, 13:49
— Lusa
“Muito para além
dos títulos, a marca de Eriksson no futebol português foi a de um
revolucionário, de um treinador à frente no seu tempo. No plano social,
destacou-se sempre pela elegância, educação e urbanidade. Um treinador e
um homem verdadeiramente à Benfica”, reagiu o clube da Luz, em nota
divulgada no seu site oficial.O emblema
lisboeta lembra o sueco como “um dos mais icónicos e reconhecidos
treinadores” que passaram pela Luz, salientando: “Sven-Göran Eriksson,
um nome que une várias gerações de Benfiquistas que, juntos, nunca
permitirão que seja esquecido”.Eriksson
morreu hoje em casa, aos 76 anos, depois de uma luta contra um cancro no
pâncreas, informou a família do antigo treinador, em comunicado.Notabilizou-se
enquanto treinador ao serviço do Gotemburgo, o que o conduziu ao
Benfica em 1982/83, mantendo-se por duas épocas na Luz, antes de
regressar em 1989, para mais três temporadas pelas ‘águias’.No
Benfica, o treinador, trazido pelo empresário Borge Lantz, após a
conquista da Taça UEFA com o Gotemburgo, revolucionou o futebol dos
‘encarnados’, com ideias inovadoras à época, e conduziu a equipa a três
campeonatos (1982/83, 1983/84 e 1990/91), a uma Supertaça (1989/90) e a
uma Taça de Portugal (1982/83).Eriksson
liderou também as ‘águias’ na final da Taça UEFA de 1982/83, perdida
para o Anderlecht, em eliminatória a duas mãos, e na final da Liga dos
Campeões de 1989/90, em que perdeu com o AC Milan (1-0), em Viena.Os
resultados na primeira passagem pelo Benfica levaram o treinador a ser
cobiçado na Europa, levando-o em períodos distintos à Série A, como
treinador da Roma, Fiorentina, Sampdoria e Lazio.Mais
tarde, desempenhou funções de selecionador de Inglaterra, México, Costa
do Marfim e Filipinas, mas também foi treinador do Manchester City,
Notts County, Leicester, Shanghai SIPG, Guangzhou, entre outros.No
início do ano, o treinador revelou ter sido diagnosticado com um cancro
do pâncreas em fase terminal e que teria, de acordo com parecer
clínico, menos de um ano de vida.A
informação mereceu uma onda de solidariedade e lembrança ao treinador,
que chegou a ser homenageado presencialmente por alguns dos clubes pelos
quais passou, desde o Gotemburgo à Sampdoria, mas também o Benfica.Os
‘encarnados’ receberam o treinador no Estádio da Luz em abril, antes de
um jogo europeu com o Marselha, para a Liga Europa, e Eriksson foi
ovacionado de pé pelos adeptos, mas também por muitos jogadores que
treinou e que estiveram nesse dia ao seu lado.Toni,
que foi seu adjunto, e futebolistas como Maniche, Rui Águas, César
Brito, Humberto Coelho, Shéu Han, Filipovic, Valido, Veloso, João Alves,
Vítor Paneira, Bastos Lopes, Valdo, Diamantino, Carlos Manuel ou Álvaro
Magalhães foram alguns dos seus antigos jogadores que o ladearam,
depois de lhe prestaram um corredor de honra, entre aplausos e
cumprimentos.“Eriksson: desde de 1982, até ao fim”, escreveram os adeptos.