Benazir Bhutto exige demissão de presidente Musharraf

13 de nov. de 2007, 09:10 — Lusa/AO

Bhutto, que está sob prisão domiciliária desde segunda-feira, pela segunda vez em quatro dias, pediu hoje à comunidade internacional, perante as câmaras da Sky, a partir da cidade de Lahore, que deixe de apoiar Pervez Musharraf, cuja demissão exigiu.     "O general Musharraf tem de se demitir. Tem de se demitir das suas funções de presidente e de chefe das Forças Armadas", exigiu ao telefone, no décimo dia do estado de emergência, a partir da sua residência, cercada de polícias que a impedem de sair para participar na manifestação convocada pela formação de Bhutto, Partido do Povo Paquistanês (PPP) e proibida pelas autoridades.     "Peço à comunidade internacional que deixe de apoiar o homem cuja ditadura ameaça mergulhar no caos esta potência nuclear", afirmou.     A formação de Bhutto (PPP) tem agendada para hoje uma "longa marcha", a partir de Lahore, leste do país, para protestar contra a manutenção do estado de emergência apesar das legislativas previstas para antes de 09 de Janeiro, mas a manifestação foi proibida segunda-feira à noite.     O Governo do Paquistão proibiu a marcha por esta "violar a lei", alegou o ministro-adjunto para a Informação, Tariq Azeem, referindo-se às disposições do estado de emergência que proíbem qualquer concentração pública.     Mas apesar de estar proibida, e mesmo sem Bhutto, apoiantes do PPP iniciaram a marcha, em Lahore, para protestar contra o estado de emergência e exigir a demissão de Pervez Musharraf.     Militantes do (PPP) reuniram-se numa estrada e dezenas de automóveis iniciaram uma procissão em direcção à cidade de Kasur, para leste, perto da fronteira indiana, afirmou o presidente do PPP para a província do Pundjab, Shah Mahmoud Qureshi.     "Há um cortejo de mais de 100 automóveis", garantiu.     A polícia confirmou que "várias dezenas de automóveis e um número indeterminado de pessoas que se deslocam a pé foram um cortejo" nessa estrada.     A ex-chefe do governo anunciou segunda-feira o rompimento das negociações com o presidente Pervez Musharraf para uma futura partilha do poder.     Hoje, Bhutto afirmou que não poderia governar com Musharraf.