BE quer saber quanto está a região a poupar nos pagamentos das dívidas à EDA
2 de mai. de 2023, 18:28
— Lusa/AO Online
Num
requerimento dirigido ao Governo Regional e entregue, o Bloco de
Esquerda quer saber "qual o valor recalculado dos juros das dívidas da
região à EDA e o valor que seria devido caso não tivesse sido aprovada a
proposta do Bloco para a redução dos juros de mora de 7% para 4%"."Em
causa estava a aplicação de uma taxa de juro comercial de 7% a uma
dívida de 6,5 milhões de euros à EDA referente à iluminação pública
acumulada entre 2012 e 2020, e que poderia também ser aplicada aos cerca
de 20 milhões de euros que os hospitais estão a dever à EDA", refere o
comunicado de imprensa do partido.Para o
Bloco, "isto era um privilégio que beneficiava os acionistas privados da
empresa de eletricidade e prejudicava o erário público”, lê-se ainda no
mesmo comunicado de imprensa.No
documento, os deputados do BE no parlamento açoriano, António Lima e
Vera Pires, pretendem também saber se existem atualmente "pagamentos em
atraso à EDA referentes ao pagamento da iluminação pública".Os
parlamentares justificam que "é fundamental conhecer a situação atual
das dívidas da região à EDA", de modo a garantir "a defesa do interesse
público e a sustentabilidade da empresa".A 04 de agosto de 2022, o presidente do Governo dos Açores anunciou que
ia dar indicação à EDA – Eletricidade dos Açores para que a taxa de juro
da dívida da região seja definida em 4%, em detrimento do valor da taxa
comercial.Na altura, na apresentação das
deliberações do Conselho de Governo (PSD/CDS-PP/PPM), José Manuel
Bolieiro lembrou que a região “não liquidou o pagamento da iluminação
publica” à elétrica EDA entre 2012 e 2020, tendo, por isso, o anterior
executivo do PS celebrado um acordo de pagamento que previa uma taxa de
juro de mora no valor comercial de 7 a 8%.“A
dívida é de 2012 a 2020. Foram pagas as tranches do acordo em que havia
faseamento. Ora, isso vai implicar que o valor do pagamento em dívida
mais os juros de mora tenham agora de ser recalculados, com essa opção
da aplicação da nova taxa de juro de mora”, disse Bolieiro.O
chefe do executivo explicou, na mesma ocasião, que a secretária do
Turismo, Mobilidade e Infraestruturas, Berta Cabral, tinha ficado
incumbida de negociar com a EDA a aplicação da taxa de juro civil de 4%
relativamente aos juros de mora a pagar pela região à EDA.A
decisão do governo, explicou ainda, é “confortada” por um parecer
jurídico de Eduardo Paz Ferreira e pela decisão da Assembleia
Legislativa Regional que recomendou ao executivo a negociação daquela
taxa de juro.A situação foi denunciada em
03 de fevereiro de 2022, quando o BE revelou que os juros “foram
calculados à taxa de juro comercial, ou seja, entre 7% e 8%, seguindo
uma recomendação da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos
(ERSE)", que poderia levar a região a pagar, em juros, cerca de dois
milhões de euros por uma dívida de 6,5 milhões.