BE quer reforçar o combate à violência doméstica e de género
30 de set. de 2020, 18:16
— Lusa/AO online
De visita à UMAR – União de
Mulheres Alternativa e Resposta, onde se reuniu com a direção, o
coordenador regional do partido destacou hoje o trabalho deste tipo de
associações “no apoio às vítimas de violência doméstica, no combate a
este flagelo social, que é a violência doméstica, que é, na região, um
dos piores, se não o pior, problema social”.António
Lima lembrou que os Açores têm “a maior prevalência de violência
doméstica do país”, com “4,1 casos por mil habitantes, enquanto a nível
nacional o valor é de 2,8 por mil habitantes”, afirmando que esta
matéria “tem de ser prioridade para qualquer governo, qualquer
instituição, qualquer região” e que “se deve refletir nas políticas
públicas”.O cabeça de lista do Bloco de
Esquerda pelos círculos de São Miguel e de compensação nas eleições
regionais de outubro defendeu que, no combate à violência doméstica, são
precisos mais recursos humanos, concretizando que, no caso da UMAR, são
precisos, “por exemplo, psicólogos, para acompanhar as vítimas de
violência doméstica”.“Podia ser feito
muito mais com muito pouco, com mais uma ou duas pessoas podia ser feito
um trabalho mais abrangente, chegando também às escolas”, reforçou.Para
o atual líder parlamentar bloquista, “a violência doméstica é um
problema que está enraizado na sociedade” e “tem de ser combatido na
origem, tem de ser combatido com a educação, começar a ser combatido nas
escolas, porque a violência no namoro é um problema que é cada vez mais
presente, cada vez mais real”.O Bloco de
Esquerda propõe “a criação de um concurso de ideias para a promoção da
igualdade de género, em todas as escolas” e abranger depois “a realidade
de ilha e a realidade regional”, e contar com o envolvimento do
governo, do parlamento e da comunicação social para a divulgação dos
trabalhos.“Consideramos também necessário
que os serviços da Inspeção Regional de Trabalho tenham formação e uma
sensibilização muito intensa para a realidade, para a desigualdade de
género no trabalho, para a desigualdade salarial e para as condições de
trabalho das mulheres nos Açores, que têm uma participação cada vez mais
ativa no mundo do trabalho, mas essa participação tem de ter igualdade
em relação aos homens”, declarou.As próximas eleições para o parlamento açoriano decorrem em 25 de outubro.Nas
anteriores legislativas açorianas, em 2016, o PS venceu com 46,4% dos
votos, o que se traduziu em 30 mandatos no parlamento regional, contra
30,89% do segundo partido mais votado, o PSD, com 19 mandatos, e 7,1% do
CDS-PP (quatro mandatos).O BE, com 3,6%, obteve dois mandatos, a coligação PCP/PEV, com 2,6%, um, e o PPM, com 0,93% dos votos expressos, também um.O PS governa a região há 24 anos, tendo sido antecedido pelo PSD, que liderou o executivo regional entre 1976 e 1996.