Autor: Rui Jorge Cabral
Citada em nota de imprensa, a candidata açoriana, que vai em sétimo lugar na lista nacional de candidatos do BE ao Parlamento Europeu, defendeu que a Europa tem que ter em conta as características específicas da pesca que é feita nos Açores, com artes tradicionais que causam menor impacto ambiental e respeitam a conservação das espécies, para que depois possa adequar os apoios e as quotas a esta realidade.
“A nossa perceção é que a nível europeu não há um conhecimento de qual é a realidade e quais são as necessidades do setor da pesca nas diferentes Regiões Ultraperiféricas e, portanto, os programas de apoio são aplicados de igual forma para todos sem ter em conta algumas especificidades de cada região”, afirmou Aurora Ribeiro, após uma reunião com a Federação das Pescas dos Açores.
Para a candidata açoriana do BE, este desconhecimento prejudica os pescadores açorianos no acesso aos apoios, incluindo os apoios para a renovação da frota, que se destinam a garantir melhores condições de trabalho para os pescadores e a utilização de embarcações mais amigas do ambiente.
Além disso e citada em nota de imprensa, Aurora Ribeiro alerta que “a definição de ‘pequena pesca’ está desadequada”, porque está a ser feita tendo em conta apenas o tamanho da embarcação, quando devia ser tida em conta também a arte de pesca utilizada.
Por isso e para a candidata
açoriana do BE, nos Açores pratica-se uma pesca tradicional que tem
muito menos impacto que muitos outros tipos de pesca e “isso devia ser
valorizado”.
O tipo de arte pesca devia ainda ser tido em conta para a atribuição de quotas em algumas espécies, como o atum, considera a candidata açoriana do BE, uma vez que esta pescaria é feita nos Açores com a técnica de salto e vara que, ao contrário da pesca de arrasto, não tem impacto noutras espécies.
Aurora Ribeiro destaca ainda a
necessidade de se apostar no conhecimento e na investigação, não só para
manter a biodiversidade, mas também para a importância do oceano para o
clima, lembrando “que todos os partidos têm colocado o mar e o ambiente
nos seus programas eleitorais, mas o Bloco não só é quem dá mais
prioridade a estas questões, como as tem defendido com grande
intransigência”.
Aurora Ribeiro defendeu, por fim, a criação de
Áreas Marinhas Protegidas, mas alertou que tem que ser sempre
salvaguardado o rendimento dos pescadores no imediato, através da
atribuição de compensações a quem possa vir a ser penalizado pelas
restrições impostas.