BE quer moratória até 2040 à mineração em zonas marítimas dos Açores
27 de jun. de 2022, 15:34
— Lusa/AO online
A
proposta do BE/Açores foi apresentada em conferência de imprensa a
propósito da Cimeira dos Oceanos, que começa hoje em Lisboa, e pretende
também que, “até 2023, seja conferida proteção legal a um mínimo de 30%
da zona marítima sob gestão da Região Autónoma dos Açores, integrando-a
em corredores ecológicos, sendo metade da área com proteção estrita”.Quanto
à moratória para a mineração, o BE lembra que é “defendida por
organizações internacionais como a ‘Seas at Risk’ e foi defendida pelo
ex-ministro do mar do anterior Governo da República, Ricardo Serrão
Santos, reconhecido académico na área do mar”.No
projeto de resolução que vai apresentar na Assembleia Legislativa
Regional dos Açores, o BE quer ainda recomendar ao Governo “a criação de
áreas marinhas protegidas para que, até 2023, ocupem 30% do espaço
marítimo, metade das quais com proteção integral”.A
intenção é ir “além do definido na Estratégia de Biodiversidade da UE
[União Europeia] para 2030 a que Portugal está comprometido, e de acordo
com o definido com as metas anunciadas pelo Governo Regional do projeto
Blue Azores”. Para
o BE, “apesar dos sucessivos anúncios do Governo Regional, a meta de
2023 parece cada vez mais inalcançável pela demora na apresentação de
resultados e do plano de ordenamento do espaço marítimo dos Açores”.“É
também por isso, pela falta de passos concretos e mensuráveis para
concretizar este objetivo, que incluímos esta medida na proposta que
agora apresentamos”, refere o BE, na nota de imprensa enviada à Lusa.O
BE assinala que, “com a última alteração da lei de bases do espaço
marítimo, cabe ao governo regional o ordenamento e gestão do mar
contíguo aos Açores”.“Preocupa-nos
a demora na concretização do plano de ordenamento no seu todo. Não
basta querer ter os poderes, é preciso exercê-los sob pena de não
passarem de letra morta”, defendem os bloquistas.Sobre os assuntos centrais e de interesse para os Açores, o Bloco nos Açores e a nível nacional falam em uníssono.Em
articulação com o grupo parlamentar do BE na Assembleia da República,
os deputados bloquistas no parlamento açoriano defendem “uma proposta
para alteração da lei de bases do mar de modo a priorizar as questões
ambientais e a retirar a possibilidade de concessão de 50 anos de
parcelas do mar, o que constitui uma privatização de facto”.Mais
de 7.000 pessoas, entre elas representantes de 140 países, incluindo
mais de 20 chefes de Estado e de Governo, participam a partir de hoje em
Lisboa na segunda Conferência dos Oceanos das Nações Unidas, o maior
evento de sempre dedicado ao tema.Juntamente
com milhares de jovens, líderes de empresas, cientistas e
representantes da sociedade civil, propõem-se a apresentar soluções para
enfrentar eficazmente os desafios que os oceanos enfrentam.Além
das sessões plenárias, haverá oito Diálogos Interativos que vão abordar
a poluição marinha, como minimizar a acidificação, desoxigenação e
aquecimento dos oceanos e como promover o fortalecimento sustentável de
economias a eles ligadas.