BE quer estratégia para setores produtivos do país baseada na regulação de mercado
A porta-voz do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, defendeu hoje, na Ribeira Grande, Açores, "uma estratégia para os setores produtivos do país" que passa "necessariamente pela regulação de mercado".

Autor: LUSA/AOnline

"Portugal tem de ter uma estratégia para os setores produtivos do país. E se precisamos sem dúvida de apoios sociais de urgência, quando vemos pescadores ou produtores de leite em tantas dificuldades, precisamos também de ter uma estratégia porque o país precisa de produzir, de ter emprego ", disse Catarina Martins.

Para a bloquista, a estratégia em Portugal passa "necessariamente pela regulação de mercado" e pela "coragem de dizer que a liberalização de mercado correu mal e que é preciso regulação para defender a economia e o ambiente no nosso país".

"Essa regulação de mercado tem de ser feita do ponto de vista europeu, dialogando com os outros Estados-membros, mas Portugal não pode abdicar da sua capacidade de regular mercados e de tomar decisões sobre os seus recursos, seja relativamente ao mar, seja relativamente ao leite", preconizada.

Questionada sobre a eventualidade de a base das Lajes, na ilha Terceira, onde os norte-americanos têm em curso a redução do efetivo, não ser a opção para instalar um centro de informações dos Estados Unidos da América (EUA), a responsável recordou que o partido sempre se manifestou contra a postura "de ficar eternamente à espera que venha uma solução” deste país.

"O centro de informações é só mais uma dessas quimeras, ficar à espera que alguém venha trazer a solução, que nós temos a responsabilidade de criar", disse.

Para Catarina Martins, a solução para a base das Lajes tem de ser vista com base numa "resposta regional" para defender "os interesses e o emprego".

"Aquilo que o Bloco de Esquerda tem dito durante tantos anos parece confirmar-se cada vez mais como uma urgência, ter a região refém dos interesses dos EUA está a tirar possibilidades à região”, considerou.

Segundo Catarina Martins, “os Açores têm uma posição geoestratégica extraordinária, não devem estar ao serviço dos EUA, devem estar ao serviço da região”, sendo que se for retirado às Lajes o cariz militar que tem, “pode ser uma base civil importantíssima que pode trazer emprego e desenvolvimento à região".

A bloquista defende que "a região e o país não devem ter uma posição de subserviência, mas sim de exigência", e que os EUA devem ser responsabilizados no que toca aos "danos ambientais", como aos impactos sociais da redução do efetivo.