Açores/Eleições
BE quer aumento de transferência de verbas para IPSS

O coordenador do Bloco de Esquerda/Açores e candidato às eleições regionais, António Lima, defendeu um reforço dos programas de cooperação com as Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS), que permita um aumento de salários.


Autor: Lusa/AO Online

“É fundamental que se reveja essa forma de financiamento para que seja possível que haja efetivamente uma progressão na carreira destes funcionários. A grande maioria está com o salário mínimo. Para quem presta um trabalho que é tão essencial, para quem garante que em plena pandemia os nossos idosos estão efetivamente protegidos, não podemos pagar-lhes apenas o salário mínimo”, afirmou.

António Lima, que é cabeça de lista do BE pelo círculo eleitoral de São Miguel, falava, em declarações aos jornalistas, em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, à margem de uma reunião com a direção do colégio “O Baloiço”.

O coordenador do BE considerou que é necessária “uma mudança na forma de cooperação entre o Governo e estas instituições, que permita efetivamente que haja estabilidade e segurança”.

“Muitas vezes, o Governo diz que essa é uma matéria para negociação entre sindicatos e instituições, mas isso não é verdade, porque quem financia as instituições é efetivamente a região e, se a região não garantir o financiamento que é necessário para aumentar salários e rever carreiras, não é possível que os sindicatos e as instituições cheguem a entendimento”, sublinhou.

Segundo António Lima, é preciso equiparar os salários de quem trabalha em IPSS aos salários da função pública e dar condições às instituições para que possam contratar funcionários, em vez de recorrerem a programas ocupacionais, que promovem “instabilidade e precariedade”.

“A entidade que financia está a bloquear a progressão e o aumento das condições salariais de quem trabalha nestas instituições, em que a grande maioria, que são ajudantes de educação ou auxiliares de apoio aos idosos, ganha o salário mínimo e não tem perspetivas de aumentar”, reforçou.

A cabeça de lista do BE pela ilha Terceira, Alexandra Manes, salientou que o partido já propõe, “há longos anos”, a revisão do modelo de financiamento das IPSS, alegando que o atual "não é equitativo para todas as instituições”.

“É muito difícil pagar ordenados. As diuturnidades, por exemplo, não são asseguradas por este financiamento e são as próprias instituições que têm de gerir essas contas de maneira a poderem ter os funcionários com todos os direitos que têm e uma resposta de qualidade”, frisou.

As legislativas dos Açores decorrem em 25 de outubro, com 13 forças políticas candidatas aos 57 lugares da Assembleia Legislativa: PS, PSD, CDS-PP, BE, CDU, PPM, Iniciativa Liberal, Livre, PAN, Chega, Aliança, MPT e PCTP/MRPP.

No arquipélago, onde o PS governa há 24 anos, existe um círculo por cada uma das nove ilhas e um círculo de compensação, que reúne os votos não aproveitados para a eleição de parlamentares nos círculos de ilha.

O BE foi a quarta força política com mais votos em 2016, com 3,6%, tendo elegido dois deputados.