BE quer aumento de transferência de verbas para IPSS
Açores/Eleições
19 de out. de 2020, 14:08
— Lusa/AO Online
“É
fundamental que se reveja essa forma de financiamento para que seja
possível que haja efetivamente uma progressão na carreira destes
funcionários. A grande maioria está com o salário mínimo. Para quem
presta um trabalho que é tão essencial, para quem garante que em plena
pandemia os nossos idosos estão efetivamente protegidos, não podemos
pagar-lhes apenas o salário mínimo”, afirmou.António
Lima, que é cabeça de lista do BE pelo círculo eleitoral de São Miguel,
falava, em declarações aos jornalistas, em Angra do Heroísmo, na ilha
Terceira, à margem de uma reunião com a direção do colégio “O Baloiço”.O
coordenador do BE considerou que é necessária “uma mudança na forma de
cooperação entre o Governo e estas instituições, que permita
efetivamente que haja estabilidade e segurança”.“Muitas
vezes, o Governo diz que essa é uma matéria para negociação entre
sindicatos e instituições, mas isso não é verdade, porque quem financia
as instituições é efetivamente a região e, se a região não garantir o
financiamento que é necessário para aumentar salários e rever carreiras,
não é possível que os sindicatos e as instituições cheguem a
entendimento”, sublinhou.Segundo António
Lima, é preciso equiparar os salários de quem trabalha em IPSS aos
salários da função pública e dar condições às instituições para que
possam contratar funcionários, em vez de recorrerem a programas
ocupacionais, que promovem “instabilidade e precariedade”.“A
entidade que financia está a bloquear a progressão e o aumento das
condições salariais de quem trabalha nestas instituições, em que a
grande maioria, que são ajudantes de educação ou auxiliares de apoio aos
idosos, ganha o salário mínimo e não tem perspetivas de aumentar”,
reforçou.A cabeça de lista do BE pela ilha
Terceira, Alexandra Manes, salientou que o partido já propõe, “há
longos anos”, a revisão do modelo de financiamento das IPSS, alegando
que o atual "não é equitativo para todas as instituições”.“É
muito difícil pagar ordenados. As diuturnidades, por exemplo, não são
asseguradas por este financiamento e são as próprias instituições que
têm de gerir essas contas de maneira a poderem ter os funcionários com
todos os direitos que têm e uma resposta de qualidade”, frisou.As
legislativas dos Açores decorrem em 25 de outubro, com 13 forças
políticas candidatas aos 57 lugares da Assembleia Legislativa:
PS, PSD, CDS-PP, BE, CDU, PPM, Iniciativa Liberal, Livre, PAN, Chega,
Aliança, MPT e PCTP/MRPP.No arquipélago,
onde o PS governa há 24 anos, existe um círculo por cada uma das nove
ilhas e um círculo de compensação, que reúne os votos não aproveitados
para a eleição de parlamentares nos círculos de ilha.O BE foi a quarta força política com mais votos em 2016, com 3,6%, tendo elegido dois deputados.