BE propõe teto para aumentos das rendas em 2023 para proteger famílias da inflação
21 de jul. de 2022, 11:24
— Lusa/AO Online
Em
conferência de imprensa na Assembleia da República, a deputada do BE
Mariana Mortágua apresentou o projeto de lei do partido no qual é
proposto um regime extraordinário de proteção da habitação face à
inflação.“O Bloco de Esquerda traz hoje
uma solução de emergência para esse problema do aumento do custo das
rendas e o que fazemos é limitar esse aumento”, explicou.Segundo
a deputada bloquista, “o aumento das rendas é feito automaticamente e
anualmente pelos senhorios de acordo com um coeficiente, com um valor
que é publicado pelo INE”, valor esse que é baseado na inflação
excluindo habitação e que em junho deste ano já se fixada em 9%. “A
proposta que o BE faz é limitar o aumento das rendas em 2023 ao
coeficiente que se aplicou em 2022. Pode haver um aumento das rendas,
mas esse aumento das rendas não pode superar aquele que existiu em
2022”, afirmou, explicando que a proposta do partido é alargar esta
regra a todos os tipos de contratos.O
objetivo do BE, segundo Mariana Mortágua, “é que nenhuma família tenha
que suportar um aumento de renda que esteja a par da inflação” sentida
este ano.“A proposta do BE limita-se a
colocar este teto de atualização de rendas aos valores que vigoraram
durante o ano presente, impedindo que eles sejam atualizados à taxa de
inflação que agora vigora”, sintetizou.De
acordo com o projeto de lei que deu entrada no parlamento, o coeficiente
de atualização anual de rendas deve assim ser fixado nos valores que
estão em vigor este ano, ou seja, 1,0043.Na
opinião da dirigente do BE, esta medida não só protege as famílias como
também “controla a inflação”, alertando que “a habitação já é um bem de
luxo em Portugal” e “um problema para muitas famílias”.“Se
o Governo adotasse esta medida seria a primeira vez desde que começamos
o surto inflacionista que o Governo de António Costa toma uma medida
transversal para proteger os salários e impedir a subida de preços. Acho
que seria um bom sinal dado à sociedade e um sinal também para
tranquilizar as famílias que estão preocupadas com o aumento da
inflação”, apelou, insistindo que esta medida é da “mais elementar
justiça, mas também de racionalidade económica”.