BE propõe políticas que travem saída em massa de portugueses

Política

22 de mai. de 2011, 12:04 — LUSA/AOnline

No seu manifesto para a emigração na Europa, esses candidatos defendem que o programa da "troika" vai provocar a saída em massa de portugueses para o estrangeiro. “Se a corrente migratória tem sido sempre importante, ela deu lugar, nos últimos anos, a uma sangria equivalente à que Portugal registou na década de 1960. As medidas que a ‘troika’ quer impor a Portugal (...) contribuirão inevitavelmente para agudizar este fenómeno", lê-se no texto. Assim, defendem que “o estancar desta sangria passa pela definição e implementação no país de políticas fiscais, sociais e económicas, que aumentem o investimento, a produtividade e emprego”. O BE considera, por outro lado, que o atual modelo da Europa está a colocar os "países periféricos como Portugal a desempenhar um papel de exportador de mão de obra barata para os países do centro (da Europa)", defendendo, por isso, a harmonização dos salários e das regalias sociais dos trabalhadores. A economista Cristina Semblano, 55 anos, residente em França desde 1972, encabeça a lista de candidatos do BE pelo círculo eleitoral da Europa, tendo como número dois o delegado sindical Manuel Bento, 53 anos, a viver no Luxemburgo desde 1979. Como suplentes, surgem a tradutora Ana Catarino, 34 anos, residente na Holanda, e o estudante José Carlos Fonseca, 25 anos, emigrado no Reino Unido. No manifesto, os bloquistas destacam o "importante contributo económico" dos emigrantes, defendendo que lhes sejam concedidas facilidades no envio de remessas, taxas de juro bonificadas nos empréstimos e isenção de impostos nos depósitos. Os candidatos do BE propõem ainda a criação nos consulados de estruturas "vocacionadas para o acolhimento, informação, apoio e acompanhamento" dos emigrantes, defendendo a atribuição de "mais meios aos funcionários consulares". No domínio da língua portuguesa, o BE considera "indispensável o reforço da política de ensino", nomeadamente através de acordos de integração nos sistemas de ensino dos países de acolhimento, mas também pelo aumento dos professores de português contratados por Portugal. No círculo eleitoral da Europa estão em disputa dois lugares no Parlamento, tradicionalmente partilhado entre PS e PSD. Nas eleições legislativas de 2009, o Bloco de Esquerda foi a terceira força mais votada no círculo da Europa, tendo conseguido 4,74 por cento dos votos.