BE pede demissão de Nuno Crato perante "gigantesca derrota do Governo""
17 de jun. de 2013, 15:11
— Lusa/AO Online
"O dia de hoje é simples: uma gigantesca derrota do Governo, a incapacidade política do ministro Nuno Crato permanecer no cargo", declarou Catarina Martins, em conferência de imprensa, na sede do BE, Lisboa.
A dirigente bloquista destacou que o facto de o Governo ter convocado "mais professores do que o número de alunos a fazer exames" não foi "suficiente para desmobilizar a gigantesca greve dos docentes".
Para o BE, os professores que fizeram greve "tornaram-se na única referência credível para a defesa da escola pública" e "num exemplo para todos os trabalhadores de quem depende o futuro do Estado Social".
"Ontem à noite o ministro prometeu que todos os alunos iriam realizar os exames em condições de normalidade. Hoje veio congratular-se num cenário em que três em cada dez alunos não realizaram exames", criticou Catarina Martins.
Para Catarina Martins, "um ministro que falha tão redondamente quando apostou tudo em pôr professores contra alunos e não conseguiu é um ministro que não tem conhecimento da realidade da escola e não tem resposta para os alunos".
"É portanto um ministro que não tem condições para continuar à frente do ministério", sustentou.
Questionada sobre se os exames realizados devem ou não ser anulados, Catarina Martins considerou que "não há nenhuma escolha que garanta realmente a equidade" entre os alunos que fizeram e os que não fizeram os exames.
"Agora é um momento de decisão muito difícil. Uma coisa sabemos, o ministro Nuno Crato não está em condições de optar pela escolha menos má", disse Catarina Martins.
A coordenadora do BE considerou que "a equidade foi posta em causa pelo ministro Nuno Crato" ao decidir manter a data dos exames no dia de greve dos professores.
A deputada defendeu que "será necessário um diálogo entre o Governo, pais e alunos" para encontrar a "solução menos má".