BE não considera estado de emergência necessário, mas irá analisar texto
Covid-19
2 de nov. de 2020, 16:45
— Lusa/AO Online
“O BE só tomará decisão sobre o estado de
emergência quando conhecer o texto exato, como sempre fez. É nossa
convicção que boa parte dos mecanismos necessários podem ser tomados com
recurso a legislação aprovada pelo parlamento que não exigem o estado
de emergência. Em todo o caso, analisaremos com cuidado aquilo que for
proposto ao parlamento”, afirmou Catarina Martins, em declarações aos
jornalistas no parlamento.A coordenadora
do BE congratulou-se que “o Governo venha finalmente dar uma palavra”
sobre a necessidade de utilizar os recursos dos setores privado e social
da saúde, como já tinha defendido o partido sob a forma de requisição
civil.Catarina Martins recordou, por outro
lado, que o partido já tinha manifestado ao Governo a sua
disponibilidade para alterações legislativas consideradas necessárias no
combate à pandemia, nomeadamente para dar maior segurança jurídica às
restrições à circulação, por exemplo.“Por
essa razão, não vemos o estado de emergência necessariamente como o
instrumento mais adequado para este momento. A nossa preocupação é o
reforço da capacidade do Serviço Nacional de Saúde e teremos
disponibilidade para ler o que nos for pedido”, reforçou.A
coordenadora do BE salientou que um decreto presidencial a solicitar ao
parlamento autorização para o estado de emergência “tem de ser muito
claro sobre aquilo que é solicitado e tem um período de vigência de 15
dias”.“Sabemos que dificilmente em 15 dias
teremos uma situação em que possamos regressar à normalidade e por isso
convidámos o Governo a pensar em legislação de outro horizonte”,
explicou.Questionada sobre o que distingue
uma contratualização com os privados na saúde de uma requisição civil,
Catarina Martins defendeu que “não é apenas uma questão de preço”.“Na
contratualização, os serviços privados dizem o que estão dispostos a
contratualizar e a que preço. Na requisição civil, o Estado toma
conhecimento da capacidade instalada, articula-a com a resposta do SNS e
fixa um preço administrativo que seja justo. A requisição civil é,
acima de tudo, uma questão de proteção do interesse público”, defendeu.