BE leva hoje a debate no parlamento crise da habitação, 25 dias de férias e nova licença para pais
22 de mai. de 2024, 10:22
— Lusa/AO Online
A
discussão no plenário, que não vai contar com a presença do Governo,
tem como mote “Vida boa: casa para morar e tempo para viver”, com foco
na crise da habitação e nas condições laborais.Os
bloquistas propõem a suspensão, até setembro de 2030, da emissão de
títulos de empreendimentos turísticos – com exceção de “empreendimentos
turísticos situados nos territórios do interior” - e um conjunto de
normas para o controlo de rendas e a estipulação de rendas máximas.O
BE avança também com um projeto de lei que visa “limitar a proliferação
de alojamentos locais em imóveis destinados à habitação" criando "zonas
de contenção, com limites bem definidos e regras para a caducidade das
respetivas licenças”.“Procura-se ainda
preservar a natureza deste tipo de negócio, sempre apresentado como uma
atividade de pequenos proprietários como forma de complementar os
rendimentos familiares, impedindo a sua exploração por empresas de
gestão imobiliária”, lê-se no projeto.A
estes projetos, o BE acrescenta uma resolução, que recomenda ao
executivo que oriente a Caixa Geral de Depósitos a baixar os juros do
crédito à habitação.Sobre o “tempo para
viver” e as condições de trabalho, o Grupo Parlamentar do BE leva a
debate dois projetos de lei: um que visa criar uma nova licença de cinco
dias por ano, "sem qualquer justificação ou atestado", para pais com
filhos até aos oito anos e outra que propõe o regresso dos 25 dias de
férias anuais, retirados pela "intervenção da 'troika'", e o direito a
folga no dia de aniversário.Os bloquistas
recomendam ainda ao executivo que “concretize o anunciado projeto-piloto
da semana de quatro dias na administração pública e no setor
empresarial do Estado, garantindo que este ocorre no segundo semestre de
2024” e que crie no Instituto do Emprego e da Formação Profissional
(IEFP) um mecanismo de apoio às empresas privadas e organizações do
setor social que pretendam fazer a transição para a semana laboral de
quatro dias.O PS ‘arrastou’ para este
debate um projeto de lei que tem como objetivo aprovar o regime jurídico
de complemento de alojamento, “alargando-o a estudantes deslocados não
bolseiros provenientes de agregados familiares de rendimento anual
inferior aos constantes do limite do 6.º escalão de IRS” e a Iniciativa
Liberal propõe a revogação do Adicional ao Imposto municipal sobre
Imóveis (AIMI), vulgo, “imposto Mortágua”, entre outras propostas.O
Livre quer consagrar o direito ao horário de trabalho de sete horas
diárias, 35 horas semanais e 25 dias úteis como período mínimo de
férias, bem como férias pagas para estágios profissionais
extracurriculares. O partido recomenda também ao Governo que implemente
na Administração Pública o programa-piloto da semana de quatro dias,
ainda este ano.O PCP e o PAN propõem também 25 dias úteis de férias anuais para todos os trabalhadores.