BE exige integração automática de trabalhadores com ‘contratos covid’
8 de jan. de 2025, 10:29
— Ana Carvalho Melo
O Bloco de Esquerda (BE) Açores defende que o Governo
deve aplicar, a todos os trabalhadores contratados para os hospitais ao
abrigo dos chamados ‘contratos Covid’, a decisão do Tribunal do Trabalho
de Ponta Delgada, que considerou que têm o direito a ser integrados por
conversão automática e que o tempo de serviço tem de ser
contabilizado.“O Tribunal do Trabalho de Ponta Delgada decidiu que
os trabalhadores contratados para os hospitais ao abrigo dos chamados
‘contratos Covid’ têm o direito a ser integrados por conversão
automática e não por concurso, e que o tempo de serviço tem de ser
contabilizado”, revela o partido, acrescentando que, perante esta
decisão – que, para já, abrange apenas os três trabalhadores que levaram
o processo a tribunal –, “o Governo Regional tem de converter os
contratos das centenas de trabalhadores que estão em situação idêntica,
integrando-os e reconhecendo integralmente o seu tempo de serviço”.Segundo
o BE, a decisão do Tribunal mostra que o partido tinha razão quando
defendeu a justiça e a legalidade da integração automática dos
trabalhadores dos hospitais da Região que estavam nesta situação.Nesse
sentido, recorda que, em dezembro de 2023, o BE defendeu publicamente a
integração automática destes trabalhadores no quadro e, em março de
2024, entregou no parlamento dos Açores uma proposta com este mesmo
objetivo. Em novembro, como proposta de alteração ao orçamento, o BE
voltou a insistir no assunto, propondo ainda o reconhecimento do tempo
de serviço destes funcionários.“A decisão do Tribunal do Trabalho de
Ponta Delgada, revelada pela Antena 1 Açores, que garante justiça a
centenas de trabalhadores, não só veio reforçar aquilo que o Bloco já
defende há algum tempo, como também demonstra a má decisão do Governo
Regional da coligação, que inclusivamente obrigou o anterior conselho de
administração do HDES a reverter a decisão de integrar automaticamente
estes trabalhadores, que até já tinha sido comunicada internamente aos
próprios trabalhadores”, destaca. Acrescenta ainda que, depois de a
administração do HDES ter informado os trabalhadores de que seriam
integrados automaticamente, o Governo Regional impôs, através da
Secretaria Regional da Saúde e da Secretaria Regional das Finanças, a
realização de um concurso público, o que levava à perda de todo o tempo
de serviço já realizado por parte de cada um dos trabalhadores ao longo
dos últimos anos, alguns dos quais em condições muito difíceis.