Autor: Rafael Dutra
Candidata do Bloco de Esquerda às eleições europeias defende que é necessário encontrar uma solução na União Europeia (UE) que evite a privatização da SATA para proteger viagens dos residentes e exportações dos Açores.
“A Comissão Europeia tem que perceber a importância que a SATA tem para os Açores e permitir uma renegociação do Plano de Reestruturação que evite a privatização da companhia aérea, para proteger a ligação dos residentes dos Açores ao exterior da Região e as exportações dos produtos produzidos no arquipélago”, é possível ler em comunicado do BE.
Aurora Ribeiro falava após visita à Fruter, uma cooperativa de produtores agrícolas cujo trabalho “depende muito de um bom sistema de transportes que permita a exportação dos seus produtos para o resto do país e para outros países” da União Europeia.
Deste modo, a candidata do BE defendeu, de igual modo, um trabalho em conjunto dos Açores com as restantes Regiões Ultraperiféricas (RUP) da UE, que vise “a concretização de um programa específico de apoio aos transportes nestas regiões mais afastadas do centro da Europa”.
É preciso “trabalhar com as outras RUP para que, a nível europeu, se perceba esta necessidade”, sustentou Aurora Ribeiro, referindo-se ao POSEI-Transportes, bem como a outros programas específicos de apoio que já existem, afetos às áreas das pescas e agricultura.
“A procura dos produtos açorianos podia crescer na medida em que se pudesse dar resposta às necessidades. Se não conseguirmos pôr os produtos lá fora, como é que vamos conseguir fazer crescer o nosso mercado nos outros países?”, questionou a candidata.
Já sobre a SATA, Aurora Ribeiro alertou para a situação limite em que a companhia aérea está: “com aviões avariados, cancelamentos constantes e aviões sobredimensionados para as rotas que realizam, com a criação de novas rotas que nada têm a ver com os Açores”.
“O atual plano de negócios, que prevê a privatização, claramente não está a resultar nem a nível financeiro nem a nível operacional”, assinalou.
Tendo em conta que a própria Comissão Europeia “já admitiu que a maioria dos serviços que a SATA presta são serviço público e rotas de especial interesse para a população”, Aurora Ribeiro defende que haja “uma exceção para a SATA, para que não seja vista como uma companhia aérea qualquer, uma vez que opera num mercado completamente diferente”.
A candidata do Bloco finalizou recordando
que foi “o Governo que disse que ia salvar a SATA”, e que está a deixar a
companhia aérea nesta situação limite.