BE diz que importante é o Brasil manter na ONU posição a condenar invasão russa
Ucrânia
23 de abr. de 2023, 11:45
— Lusa /AO Online
Catarina Martins assumiu que há diferenças de posição, residindo sobretudo na ideia sobre se a Ucrânia deve ter ou não acesso a armas para se poder defender, depois de Lula da Silva, Presidente do Brasil, ter reafirmado que condena a invasão mas não quer participar numa guerra e defende uma solução pacifica.À margem de um debate sobre o 25 de Abril, em Oeiras, a líder do Bloco de Esquerda (BE) assumiu que “há realmente uma diferença de opinião e as diferenças de opinião devem ser ditas”.“Dito isto, a mim parece-me particularmente importante é garantir que o Brasil mantém nas Nações Unidas a posição que tem tido, tanto de condenação da invasão russa, como da exigência da retirada das tropas russas”, sublinhou.A líder do Bloco reprovou por isso que “a direita mais radicalizada" esteja a "tentar criar polémicas sucessivas com a vinda de Lula da Silva”, o Presidente do Brasil que iniciou hoje uma visita oficial a Portugal, e diz que o faz para tentar esconder outras coisas.Está a fazê-lo, prosseguiu, referindo-se ao Chega, para tentar esconder que convidou para Lisboa “um dos maiores apoiantes de Putin [Vladimir, o Presidente russo], Matteo Salvini, e um homem que é considerado pela Transparência Internacional como tendo montado a maior rede de corrupção institucionalizada, que é Jair Bolsonaro [ex-Presidente do Brasil] .André Ventura, líder do Chega, disse recentemente que Jair Bolsonaro e Matteo Salvini vêm a Lisboa em maio para um encontro organizado pelo partido com figuras da extrema-direita de vários países.Catarina Martins frisou ainda, sobre a posição do Presidente do Brasil quanto à invasão russa da Ucrânia, que “a ideia de que é preciso uma cimeira da paz e o envolvimento e o desejo dos vários países na paz é uma ideia fundamental".“As posições nas Nações Unidas têm tido um grande consenso internacional. E é importantíssimo que se mantenha isso”, insistiu.A Assembleia-Geral da ONU aprovou uma resolução, logo após o lançamento da agressão militar russa, a exigir a “retirada imediata” das tropas russas da Ucrânia e uma paz “justa e duradoura”, que contou com o voto a favor do Brasil.