BE diz que combate ao abandono escolar precoce estagnou desde 2016
Açores/Eleições
14 de out. de 2020, 14:35
— Lusa/AO Online
No
quarto dia de campanha para as eleições legislativas regionais dos
Açores, o dirigente do BE/Açores foi à Escola Básica e Integrada de Rabo
de Peixe Rui Galvão de Carvalho referir que se “ouviu o Governo
[Regional] e o PS dizerem que existiu uma redução do abandono escolar
precoce desde 2009, mas Vasco Cordeiro esqueceu-se de dizer que desde
2016 este está estagnado, praticamente não desceu”.António
Lima aponta que esta tendência surge “ao contrário" da que se verifica a
nível nacional, "em que o abandono escolar precoce desceu vários pontos
percentuais nos últimos quatro anos, tendo-se já praticamente atingido
aquela que é a meta da União Europeia para 2020, de 10%”.“Estamos
muito atrás nesse aspeto. Precisamos de mais investimento na educação,
em recursos humanos e equipas multidisciplinares nas escolas para
acompanharem mais de perto os alunos para que tenham nas escolas o apoio
que precisam e não tenham, muitos deles, de recorrer, por vezes, a
explicações para terem sucesso escolar e chegar à universidade”,
declarou o candidato.António Lima quer que o combate ao abandono escolar precoce seja uma prioridade na próxima legislatura.Segundo
dados da Pordata, referentes a 2019, os Açores têm a taxa de abandono
escolar precoce mais elevada do país (27%). Em 2016, este indicador
estava fixado nos 26,9% e, em 2012, ano do início da governação de Vasco
Cordeiro, era de 34,1%.Numa entrevista
hoje à Antena1/Açores, Vasco Cordeiro afirmou que a região "tem vindo a
reduzir de forma consistente e progressiva” a taxa do abandono escolar
precoce"."Se me tirar o retrato deste
momento e me disser assim: ‘está ou não está satisfeito?’, obviamente
que não estou. Mas o que não se pode fazer é usar o retrato do momento
para avaliar o trabalho que foi feito”, acrescentou o líder dos
socialistas açorianos e presidente do Governo Regional.As próximas eleições para o parlamento açoriano decorrem em 25 de outubro.Nas
anteriores legislativas açorianas, em 2016, o PS venceu com 46,4% dos
votos, o que se traduziu em 30 mandatos no parlamento regional, contra
30,89% do segundo partido mais votado, o PSD, com 19 mandatos, e 7,1% do
CDS-PP (quatro mandatos).O BE, com 3,6%, obteve dois mandatos, a coligação PCP/PEV, com 2,6%, um, e o PPM, com 0,93% dos votos expressos, também um.Nas
eleições regionais açorianas existem nove círculos eleitorais, um por
cada ilha, mais um círculo regional de compensação que reúne os votos
que não foram aproveitados para a eleição de parlamentares nos círculos
de ilha.O PS governa a região há 24 anos, tendo sido antecedido pelo PSD, que liderou o executivo regional entre 1976 e 1996.