BE classifica Orçamento dos Açores para 2024 como “panfleto eleitoral”
23 de nov. de 2023, 12:32
— Lusa/AO Online
“O debate destes três dias
confirmou um Governo de direita sem futuro, esgotado e uma maioria
parlamentar a desmoronar. O Plano e Orçamento que este Governo
apresentou neste parlamento, desde a primeira hora, teve como objetivo
ser um mero panfleto eleitoral da coligação, nunca foi para cumprir”,
afirmou o líder parlamentar do BE/Açores.António
Lima falava no plenário da Assembleia Regional, na Horta, nos discursos
finais da discussão do Plano e Orçamento da região para 2024.O
bloquista considerou que PSD, CDS-PP, PPM, Chega e IL são os
responsáveis pelo “pântano político das últimas semanas" na região,
afirmando que o eventual chumbo da Orçamento para 2024 tem “como marca a
irresponsabilidade da direita”.“Os Açores
merecem mais do que serem governados em função das guerras dos
dirigentes dos partidos da direita e dos seus passados políticos”,
acrescentou.O deputado do BE/Açores
lembrou o anúncio do líder nacional do Chega (que adiantou que o partido
se iria abster na votação no parlamento açoriano) para acusar a
“direita açoriana de estar rendida ao colonialista de Lisboa”.“O
nosso voto contra o Orçamento para 2024 significa assumir, em pleno, a
nossa responsabilidade. A responsabilidade de apresentar alternativa à
política do Governo”, afirmou.António Lima criticou ainda o Governo Regional devido ao processo de privatização da Azores Airlines.“Durante
anos debateu-se se venderíamos a SATA por cinco ou seis milhões de
euros. Ontem ficamos a saber que afinal vamos pagar 380 milhões de euros
para ficarmos sem ela. Um crime contra os Açores, uma tamanha
irresponsabilidade”, visou.E acrescentou:
“Recusamos a mediocridade como governo e a propaganda como política.
Levamos os Açores a sério. Esta região precisa de mais, precisa de muito
melhor”.O Plano e o Orçamento dos Açores
para 2024, de cerca de dois mil milhões de euros, começaram na
segunda-feira a ser debatidos no plenário da Assembleia Legislativa
Regional, na Horta, onde a votação na generalidade deverá acontecer na
tarde de hoje.O quarto Orçamento da
legislatura regional é o primeiro a ser votado após a Iniciativa Liberal
(IL) e o deputado independente terem denunciado em março os acordos
escritos que asseguravam a maioria parlamentar ao Governo dos Açores.Antes
do arranque da discussão, a IL e o PS anunciaram o voto contra na
generalidade, enquanto Chega e PAN rejeitaram votar a favor, o que
poderá levar à reprovação do Plano e do Orçamento.Entretanto, na terça-feira, o presidente do Chega anunciou que o deputado do partido nos Açores vai abster-se na votação.A
Assembleia Legislativa dos Açores é composta por 57 deputados e, na
atual legislatura, 25 são do PS, 21 do PSD, três do CDS-PP, dois do PPM,
dois do BE, um da IL, um do PAN, um do Chega e um independente (eleito
pelo Chega).