BE anuncia voto contra o Orçamento dos Açores para 2018
29 de nov. de 2017, 19:39
— Lusa/AO Online
“O
Bloco de Esquerda apresentou propostas consistentes para minimizar os
malefícios deste Orçamento para os açorianos e açorianas. As nossas
propostas, na sua essência, foram rejeitadas pelo Governo e pelo Partido
Socialista. Como corolário, votaremos contra este orçamento por ser um
mau orçamento”, afirmou o deputado António Lima.Na
intervenção final do Bloco no debate das propostas de Plano e Orçamento
regionais para 2018, no parlamento dos Açores, na Horta, ilha do Faial,
António Lima referiu que é contra o aumento das “clivagens sociais, mas
também, seguindo uma estratégia de defesa dos ativos dos Açores para
quem cá vive”, o Bloco de Esquerda apresentou diversas propostas de
alteração.Porém,
“ficou claro que o Governo Regional e o Partido Socialista não abdicam
do rumo que têm seguido e que este orçamento reforça, dar tudo, mas
mesmo tudo, para os patrões e poderosos da região e deixar os
trabalhadores à mingua”, argumentou.“Utilizar
o dinheiro de todos os açorianos e açorianas para que as empresas
cumpram com os seus mais básicos deveres, como sejam contratos decentes e
sem termo não é apenas dar tudo, é dar muito mais do que tudo”,
denunciou o parlamentar.Por
outro lado, “este orçamento concretiza também um sério golpe em ativos
açorianos estratégicos, depauperando a região, não só no imediato, mas
fundamentalmente” retirando “um instrumento para fazer face a momentos
económicos recessivos”, apontou o BE, que tem dois dos 57 deputados no
parlamento açoriano.“A
privatização da SATA é um erro económico e estratégico grosseiro”,
exemplificou, considerando que “o conceito de serviço público está
arredado desta decisão” e o BE “não pode aceitar a delapidação dos bens
da região”.António
Lima destacou, por outro lado, estar “claro que a submissão do Governo
da República e do Governo Regional a uma lógica ideológica de cariz
militarista é contraditória com o desenvolvimento pleno de uma nova
economia para os Açores e, em particular, para a ilha Terceira”.“Além
de muitas razões que poderiam ser aduzidas, temos para o demonstrar a
saga da descontaminação dos solos” na sequência da ocupação militar
norte-americana na base das Lajes, para acrescentar que, em
contrapartida, os Açores são “bombardeados com projetos científicos
inovadores” para a Terceira ou Faial, o que, como outros, deixa o BE
apreensivo.O
parlamentar bloquista criticou ainda o Orçamento, apresentado sob o lema
“O novo ciclo”, sublinhando que “não há nada de novo” no documento,
porque “as mesmas políticas que tornaram os Açores a região do país com
maiores desigualdades sociais são mantidas e acentuadas”.“As
medidas positivas para os trabalhadores e trabalhadoras dos Açores e
para quem mais precisa e que no ano de 2018 vão melhorar as suas vidas
são todas oriundas do Orçamento do Estado. Não tenhamos dúvidas, elas só
existem pelo facto de o Partido Socialista na República não ter maioria
parlamentar”, adiantou.Depois do PPM, o BE foi o segundo partido a anunciar o voto contra aos documentos orçamentais.