BE antevê um 2018 melhor e promete lutar para que país "não volte a ser humilhado"

29 de dez. de 2017, 17:13 — Lusa/AO online

Na mensagem de Ano Novo a que a agência Lusa teve acesso – um vídeo divulgado nas redes sociais do partido e disponibilizado à comunicação social – Catarina Martins considerou que 2017 “foi um ano difícil, que será seguramente lembrado pela tragédia dos incêndios”, uma “ferida aberta no país”, que mostrou a solidariedade que define os portugueses.“O compromisso do Bloco de Esquerda é claro: até ao limite das forças que os portugueses nos deram, não permitiremos que o país volte a ser humilhado e que voltem a ser retirados os direitos que as pessoas estão agora a recuperar”, assegurou.No entanto, para a coordenadora bloquista, “2017 não foi só o ano da tragédia”, mas “também o ano da recuperação da economia”, sendo obrigatório “colocar o crescimento ao serviço de quem mais precisa, de quem menos tem”.“2017 foi o segundo ano seguido de recuperação e em que as pessoas têm boas razões para acreditar que o próximo ano será melhor”, anteviu.Catarina Martins aproveitou a mensagem de Ano Novo para voltar a uma bandeira do BE, o combate às rendas da energia, recordando que “em tantas casas sofre-se com o frio no inverno porque o preço da energia é alto demais”.“Precisamos de esperança mas precisamos também de coragem para enfrentar os interesses económicos poderosos, para reconstruir os direitos do trabalho e combater as PPP [Parcerias Público-Privadas] e as rendas da energia”, apelou.A líder bloquista pede ainda coragem “de construir alternativa às políticas europeias que desprezam o crescimento e a criação de emprego” e insiste na necessidade de “renegociar uma dívida, que continua em valores insustentáveis, para proteger o país dos sobressaltos de uma nova crise financeira”.“Para pensionistas, para trabalhadores do público e do privado, com contrato ou a recibos verdes, para quem vai passar a pagar menos IRS ou para quem vai ter novo aumento do salário mínimo, 2018 será um novo ano de devolução de direitos e rendimento”, lembrou.Considerando que o acordo entre os partidos de esquerda permitiu “parar o empobrecimento” e “já fez muito para que as pessoas reconquistassem a dignidade e a confiança na democracia”, Catarina Martins não esconde que sabe que existem dificuldades.“Portugal é ainda um país de salários baixos demais, desemprego e precariedade. Há pensões de miséria e mais de dois milhões e meio de pessoas vivem em situação de pobreza. As crianças são as mais vulneráveis”, lamentou.A coordenadora do BE sublinhou ainda as “enormes dificuldades” do Serviço Nacional de Saúde, avisando que “faltam meios à escola pública e a tantos serviços públicos, nas diversas áreas, para responderem nas melhores condições às populações que devem servir”.“Respondemos pelo povo que representamos, pelos direitos que todos merecemos, pelo país que é nosso. Em 2018, cá estaremos. Desejo-lhe um feliz ano novo”, concluiu Catarina Martins.