BE/Açores quer travar construção de incineradora na ilha de São Miguel
14 de jun. de 2019, 07:00
— Lusa/AO Online
O
coordenador regional do BE/Açores referiu que, com a revisão para
breve do Plano Estratégico de Prevenção e Gestão dos Resíduos dos
Açores, cujo período de vigência termina em 2020, “é fundamental que
deixe de constar o projeto de incineração de resíduos” na maior ilha dos
Açores, da responsabilidade da Associação de Municípios de São Miguel. António
Lima, que falava em conferência de imprensa na delegação do parlamento
dos Açores em Ponta Delgada, considerou que a incineradora está
“absolutamente sobredimensionada” para a produção de resíduos em São
Miguel, sendo um “enorme erro ambiental e económico” que vai colocar em
causa as metas de reciclagem previstas até 2035.O
dirigente frisou que as metas de 2020 “já não são possíveis de cumprir”
porque foram concentrados todos os investimentos no tratamento de
resíduos em torno da incineradora, no caso de São Miguel.Segundo
o também deputado do BE/Açores no parlamento regional, os últimos dados
disponíveis no Relatório do Sistema Regional de Informação Sobre
Resíduos revela que a taxa de reciclagem nos Açores em 2018 era de
“apenas 37,5%", o que está "longe da meta regional de 50% até 2020”.Esta taxa é “ainda mais baixa na ilha de São Miguel, não ultrapassando os 27,3%”, segundo disse.O
BE/Açores exige metas de reciclagem “cada vez mais ambiciosas” que
passam por um “forte e acertado investimento” na área dos resíduos,
salvaguardando que nas outras ilhas da região atingir os 65% na sua
transformação até 2035 “é possível” por via da entrada em funcionamento
dos centros de processamento de resíduos existentes nas diferentes
ilhas, com exceção de São Miguel e Terceira.Para
além de travar a construção da incineradora, o BE/Açores quer que na
proposta do Plano Estratégico de Prevenção e Gestão dos Resíduos dos
Açores do Governo Regional, pós 2020, deixe de constar a valorização
energética de resíduos por via da incineração.O
projeto de construção de uma incineradora em São Miguel, que se
encontra entretanto na Justiça, tem sido contestado pelas associações
ambientalistas regionais e nacionais, que consideram que a iniciativa
põe em causa a sustentabilidade ambiental dos Açores.