BE/Açores quer repor proibição do uso de glifosato
4 de nov. de 2021, 11:08
— Lusa/AO Online
António Lima, que
também é deputado na Assembleia Legislativa dos Açores, na sequência de
uma deslocação à associação ambiental Azórica, na Horta, ilha do Faial,
recorda que a utilização de herbicidas com glifosato foi proibida nos
Açores, no seguimento da aprovação de uma proposta do seu partido.“Lamentavelmente,
o Governo Regional decidiu contornar a lei e ir além das suas
competências, ao criar uma exceção que permite que se continue a
utilizar esta substância, que é potencialmente perigosa para a saúde e
para o ambiente”, disse António Lima, citado em nota de imprensa. O
dirigente refere que “existem alternativas viáveis e seguras”,
salvaguardando que os efeitos da exposição ao glifosato “continuam a ser
estudados e, embora não haja certezas absolutas sobre estes, a Agência
Internacional para a Investigação sobre o Cancro (AIIC) da Organização
Mundial de Saúde (OMS) declarou, em março de 2015, o glifosato como
‘carcinogénico provável para o ser humano’”.António
Lima diz que o Governo Regional, “incompreensivelmente, decidiu ignorar
a decisão do parlamento, utilizando a regulamentação do projeto de
decreto legislativo para contornar o seu objetivo, criando uma exceção
que o legislador não quis que existisse”.“O
decreto regulamentar está subordinado ao decreto legislativo que o
condiciona e, como tal, só pode dispor dentro dos limites por este
marcados, quer para execução das suas normas, quer para cobrir certas
lacunas”, refere o Bloco na proposta entregue no parlamento.Para
o dirigente do Bloco, “este é o Governo que diz que respeita o diálogo,
que dará uma nova centralidade ao parlamento, mas afinal uma das
primeiras medidas que tomou, ainda em abril, foi contornar a lei, indo
além das suas competências, para permitir que se continue a utilizar
produtos com glifosato”.