BE/Açores quer compensar pescadores por quebra de rendimento devido às áreas protegidas
6 de jun. de 2025, 16:42
— Lusa/AO Online
Segundo o
deputado regional do BE, António Lima, que esteve reunido com a
Federação das Pescas, na Horta, na ilha no Faial, os pescadores “poderão
ter perdas de rendimento já a partir de outubro, mas nem sequer sabem
de que forma serão compensados, nem a fórmula [encontrada] para definir
os valores”.O parlamentar e líder regional
do BE nos Açores, citado numa nota de imprensa do partido, critica a
“passividade” do Governo Regional de coligação PSD/CDS-PP/PPM e lembra
que as novas restrições à pesca entram em vigor já em setembro.António
Lima salientou a importância da Rede de Áreas Marinhas Protegidas para o
ambiente e para a sustentabilidade da pesca, mas referiu que os
pescadores açorianos “não podem ser prejudicados no imediato”, daí que
defenda a criação de um mecanismo de compensação financeira “pelas
eventuais quebras de rendimento que possam ocorrer por este motivo”.“Perante a passividade do governo e a falta de concretização destas compensações, não podíamos ficar à espera”, afirmou.O
Bloco vai entregar no parlamento açoriano uma proposta que pretende
colocar este mecanismo em forma de lei, para garantir que o rendimento
dos pescadores “não será prejudicado” pela implementação da Rede de
Áreas Marinhas Protegidas.A proposta prevê
que a fórmula para definir os valores da compensação seja elaborada por
uma comissão composta por representantes do Governo Regional, dos
pescadores e da Universidade dos Açores.“É uma situação complexa, que tem de ter a participação dos principais interessados”, justifica o parlamentar.Embora
a responsabilidade do financiamento destas compensações seja do Governo
da República, o BE/Açores defende que “deve ser a Região a definir a
forma e os critérios”.A criação de áreas
marinhas protegidas em 30% do mar dos Açores foi aprovada em outubro de
2024 na Assembleia Legislativa Regional, com os votos a favor do PSD,
PS, CDS-PP, PPM e BE, a abstenção do PAN e os votos contra do Chega e da
IL.