BE/Açores quer alargar acesso a refeições escolares durante interrupções letivas

"Vamos propor que o acesso às refeições escolares, no período de férias, seja alargado a todas as crianças que efetivamente necessitem, independentemente do escalão da ação social escolar para que nenhuma criança fique sem acesso a uma refeição equilibrada, ao almoço, uma vez por dia, independentemente da sua condição financeira", afirmou António Lima, deputado do BE no parlamento dos Açores.António Lima falava, em declarações aos jornalistas, após uma visita à Escola Básica e Secundária Armando Côrtes-Rodrigues, em Vila Franca do Campo, na ilha de São Miguel, acrescentando que a proposta do BE vai dar entrada no parlamento regional "nos próximos dias". O deputado e coordenador do BE/Açores recordou que a medida que existe atualmente "abrange apenas dois escalões da ação social escolar". "Isto significa que 60% das crianças não têm acesso a esta medida. Não quer dizer que todas recorram a ela, mas se houver 10, 20, 30 ou 40 crianças que efetivamente necessitem desta medida, assim já terão essa oportunidade", justificou.António Lima lembrou que "foi o Bloco de Esquerda que propôs a medida em 2013", mas "foi aprovada", em 2014, "abrangendo apenas dois escalões"."Os dados que temos, mais recentes, fornecidos pelo Governo [Regional, de coligação PSD/CDS-PP/PPM] dizem que, por exemplo, na última interrupção letiva de verão foram abrangidas cerca de 161 crianças por mês com as refeições. Não é um número muito significativo no contexto regional, mas existem freguesias onde a procura é muito relevante", assinalou.António Lima sublinhou ainda que, no atual contexto de "aumento do custo de vida", esta resposta "pode ser muito importante", no sentido de assegurar "uma refeição equilibrada, quente e em condições, por dia, para as crianças"."O contexto atual de aumento do custo de vida, a subida dos juros do crédito à habitação, que vão trazer novas dificuldades às famílias", justificam "medidas para mitigar os efeitos da pobreza nas pessoas e as crianças são dos grupos mais afetados", alertou o deputado do BE/Açores.