BE/Açores pede medidas para "crise económica e social" que "já é real"
Covid-19
29 de abr. de 2020, 12:23
— Lusa/AO Online
"Se a saúde é a prioridade das
prioridades, não vislumbramos no documento linhas orientadoras para a
crise económica e social, que hoje já é real", diz o partido, em missiva
enviada ao presidente do Governo dos Açores, Vasco Cordeiro.O
texto do BE surge como resposta ao pedido do governante de contributos
dos partidos e sociedade civil ao roteiro definido pelo executivo para
uma saída com segurança da atual pandemia.O
BE lembra que os Açores "são a região do país com a maior taxa de risco
de pobreza" e o setor do turismo é o "mais afetado por esta crise, onde
a proliferação de atentados aos direitos de quem trabalha era companhia
de milhares de trabalhadores".Por via
disso, prossegue a missiva assinada pelo líder do BE/Açores, António
Lima, "muitos trabalhadores estão fora dos critérios dos apoios criados
para fazer face aos impactos sociais das medidas de confinamento"."Sabendo
nós que a economia da região está profundamente dependente do mercado
interno e do investimento público, as empresas para subsistirem precisam
de compradores e as famílias precisam de meios para sobreviverem.
Exige-se, por isso, um reforço do investimento público, desde logo no
Serviço Regional de Saúde, e mesmo uma análise da sua programação de
forma a abreviar a sua execução", prossegue o texto.O
Bloco defende ainda o "reforço do apoio aos trabalhadores que
permanecerão em 'lay-off' e em apoio familiar" e a "criação regional de
um apoio para quem não se enquadra em nenhuma das medidas de apoio
nacionais ou regionais já criadas, pelas suas condições laborais
anteriores".E concretiza: "Neste sentido,
chamamos a atenção do senhor presidente do Governo para as medidas em
debate no próximo plenário da Assembleia Legislativa da Região Autónoma
dos Açores apresentadas pelo Bloco de Esquerda, na medida em que é
também presidente do partido que detém a maioria parlamentar e que
suporta o Governo".O BE diz ainda não ter
objeções a uma "saída" da pandemia com medidas de "geometria variável",
até "tendo em conta a situação em cada ilha individualmente e a situação
do conjunto das várias ilhas" açorianas, três delas sem casos de
covid-19 e outras sem infetados registados há várias semanas."Reiteramos
o nosso apoio, com algumas divergências localizadas, ao processo de
instauração do estado de emergência e às regras de confinamento adotadas
a nível nacional e regional", assinala ainda o partido.