BE/Açores pede mais transparência sobre retoma de atividade do hospital de Ponta Delgada
29 de jul. de 2024, 14:49
— Lusa/AO Online
“Continuam
por explicar os motivos que justificam a opção do Governo Regional em
manter a maioria dos mais importantes serviços do HDES [Hospital do
Divino Espírito Santo] encerrados”, refere o deputado único do BE nos
Açores, António Lima, num requerimento entregue na Assembleia
Legislativa dos Açores, consultado pela Lusa.Num
requerimento com 13 perguntas e dois pedidos de acesso a documentos, o
deputado do BE alega que “têm sido públicas muitas informações” sobre o
hospital, “algumas, por vezes, até contraditórias, tanto sobre as causas
do incêndio, assim como sobre o caminho para a retoma plena do
funcionamento do HDES”.Por isso, António
Lima defende que “é fundamental reforçar a transparência no processo de
retoma da atividade do HDES” e “conhecer o impacto imediato na atividade
do HDES e do SRS [Serviço Regional de Saúde] causada pelo incêndio e
pela redução da capacidade de resposta”.No
requerimento, o deputado pergunta “quantas consultas e cirurgias foram
adiadas” e “quantas evacuações médicas foram efetuadas a partir da ilha
de São Miguel”, desde o incêndio.Quanto à
construção do hospital modular, António Lima considera que “não está
suficientemente fundamentada e que não se conhece o plano funcional
dessa infraestrutura, nem os custos totais, uma vez que os equipamentos
não se encontram incluídos nos valores apresentados”.O
deputado questiona igualmente “qual o custo previsto para os
equipamentos que irão ser instalados no hospital modular”, quando se
prevê o seu funcionamento em pleno e quando se prevê o fim da sua
utilização, solicitando o “projeto funcional do hospital modular”.António
Lima quer também saber “por que motivos não foi ainda efetuada a
limpeza total das áreas afetadas pelo incêndio no HDES, nomeadamente
remoção de equipamentos danificados, cabos de eletricidade, tetos
falsos, condutas e todos os outros materiais, assim como a posterior
limpeza de paredes, tetos e chão” e “para quando está previsto o início e
o fim destes trabalhos”.O deputado
questiona ainda o executivo sobre os “problemas existentes nas Unidades
de Tratamento do Ar (UTAs) do bloco operatório”, solicitando os
relatórios de manutenção destas unidades nos últimos dois anos.Pergunta
também qual a “causa da alegada má qualidade do ar no HDES” nos
serviços que se mantêm encerrados e “quais os parâmetros físicos,
químicos ou microbiológicos que se encontram fora dos limites legais”.No
requerimento são solicitados os relatórios da qualidade do ar efetuados
antes e depois de 04 de maio no HDES e nas instituições públicas e
privadas onde se encontram internados os doentes do hospital desde o
incêndio.António Lima pergunta ainda ao
executivo açoriano se “tinha conhecimento do estado do Sistema
Automático de Deteção de Incêndios (SADI) e da necessidade da sua
substituição prevista no plano de negócios 2021-2023 do HDES” e “por que
motivo essa substituição não foi efetuada”.Também
quer saber “quando estará concluída a primeira estimativa de custos
elegíveis para comparticipação do Governo da República dos custos
decorrentes do incêndio do HDES”.