BE/Açores pede integração de trabalhadores que apoiam alunos com necessidades educativas
29 de nov. de 2023, 19:11
— Lusa
Segundo o líder do BE açoriano,
António Lima, os bolseiros ocupacionais “são trabalhadores, mas
infelizmente não têm os direitos que têm os trabalhadores nos Açores e
no país”, porque lhes são descontados os dias quando faltam e não têm
direito a ter dispensa por falecimento de familiar, a férias, a subsídio
de Natal ou de férias.“São bolseiros
ocupacionais quando, na verdade, o trabalho que fazem é trabalho muito
importante, de grande responsabilidade, que é apoiar crianças muito
dependentes com necessidades educativas especiais nas escolas dos
Açores. E esse trabalho tem que ser valorizado”, disse.António
Lima, que falava aos jornalistas na cidade da Ribeira Grande, após
reunir com um grupo de bolseiros ocupacionais, adiantou que só na ilha
de São Miguel são contabilizados mais de 100 trabalhadores nesta
situação.“Este Governo [Regional] não pode
dizer que acabou com a precariedade nas escolas e manter uma situação
de precariedade a este nível, que é absolutamente inaceitável e
inadmissível”, disse.Para o líder
bloquista nos Açores, os bolseiros ocupacionais “são trabalhadores e
trabalhadoras que devem ter direitos e deveres e, neste momento, só têm
deveres e estes deveres têm de ser devidamente compensados com um
salário digno e com direitos”.Na sua
opinião, é preciso que o Governo açoriano (PSD/CDS-PP/PPM) “altere,
desde já, a legislação, cuja legalidade tem muito que se lhe diga” e
garanta, por exemplo, na interrupção letiva de dezembro, que os
trabalhadores nesta situação “têm o seu salário [pago] por inteiro”.António
Lima referiu ainda que esta situação “não pode continuar” e as pessoas
que prestam apoio a crianças com necessidades educativas especiais devem
“ter direito a um contrato de trabalho estável”.“Existe
um acordo entre a escola e o trabalhador ou a trabalhadora que está
suportado numa portaria que prevê um pagamento de um apoio
extraordinário, quando não se trata de apoio extraordinário nenhum.
Trata-se de trabalho essencial [e] sem ele esses alunos com necessidades
educativas especiais não conseguem frequentar a escola, ficam em casa”,
justificou.António Lima classificou o
regime contratual como sendo “uma vergonha”, indicando que as pessoas
auferem o salário mínimo, mas “sem direito àquilo que a generalidade dos
trabalhadores tem, que são 14 meses de salário por ano”.O
BE promete trabalhar em propostas para que ocorra a integração dos
trabalhadores nos quadros e “para garantir que as pessoas que são
contratadas para apoiar os alunos com necessidades educativas especiais
são trabalhadores iguais aos outros”.