BE/Açores lamenta falta de médicos de família na ilha do Faial
15 de nov. de 2022, 18:56
— Lusa/AO Online
“Há cerca de três mil
utentes sem médico de família e mais uma vez se constata, em mais uma
ilha, e em mais uma unidade de saúde, que os concursos anunciados pelo
Governo ficam desertos”, frisou o dirigente bloquista, em declarações
aos jornalistas, no final de uma visita à Unidade de Saúde do Faial.António
Lima lembrou que a cobertura de médicos de família na ilha “está longe
dos 100%” e recordou que o último concurso público para a contratação de
dois profissionais de saúde no Faial, que tinha sido lançado pelo
executivo de coligação (PSD, CDS-PP e PPM), ficou deserto, o que
significa que o sistema de incentivos à fixação de médicos “não
resulta”.“O que se verifica é que o
sistema de incentivos, criado por este Governo, não resulta, porque se
efetivamente resultasse, os médicos teriam mais interesse em concorrer
para estas vagas e a população da ilha do Faial já estaria com uma
melhor cobertura de médicos de família”, insistiu o parlamentar
bloquista, que promete apresentar propostas para melhorar o diploma.O
líder parlamentar do BE/Açores lamentou também o “esquecimento” a que
está votada a ilha do Faial, por parte do atual executivo, liderado pelo
social-democrata José Manuel Bolieiro, não apenas na área da saúde, mas
também noutros setores e atividades.“A
direita, quando estava na oposição, dizia que o PS e o Governo se tinham
esquecido do Faial. Mas a verdade é que a direita chegou ao Governo e
já se esqueceu ainda mais do Faial”, apontou António Lima, que se
encontra de visita à ilha.Segundo
explicou, há várias infraestruturas a degradarem-se e a necessitarem de
urgente manutenção, como é o caso do auditório da Escola Secundária
Manuel de Arriaga, que se encontra encerrado por razões de segurança,
embora o edifício escolar tenha sido construído, de raiz, há pouco mais
de uma década.“Nós vemos infraestruturas a
degradarem-se, vemos investimentos públicos nos orçamentos apenas para
constar, que depois não são executados ou têm verbas irrisórias”,
lembrou o dirigente bloquista.O deputado
notou que a ilha do Faial tem previsto um corte no investimento público
em 2023, de cerca de 20 milhões de euros, em comparação com este ano.“É
preciso recuar até 2013, ao tempo da ‘troika’ no país para encontrar um
nível de investimento público tão baixo na ilha”, afirmou.