BE/Açores fala em “pacto tenebroso” entre PSD, CDS-PP, PPM e Chega
27 de nov. de 2024, 18:12
— Lusa/AO Online
No discurso proferido na Assembleia
Legislativa, na Horta, durante as intervenções finais do debate do Plano
e Orçamento da região para 2025, apresentado pelo Governo de coligação
PSD/CDS-PP/PPM, António Lima disse que do debate “ficam duas certezas”.A
primeira “é que a única saída do governo para o atoleiro social e
económico para onde arrasta os Açores são as privatizações de serviços
públicos, como os prestados pela Lotaçor, os matadouros e a SATA”.A
outra certeza “é a de que o governo vende os direitos das crianças no
acesso à creche para comprar a aprovação deste Orçamento ao Chega. As
crianças filhas de pais desempregados ficam à porta da creche para que
amanhã este Orçamento seja aprovado”, disse.Para
o parlamentar do BE, “forja-se um pacto tenebroso entre PSD, CDS, PPM e
Chega. Uma coligação em que todos partilham, a partir de agora, a
responsabilidade pelo Orçamento e suas consequências”.“Perante
esta nova coligação de velhas ideias, o BE aqui está para construir e
apresentar uma alternativa. Uma alternativa para uma região mais justa,
solidária, uma economia qualificada e ambientalmente sustentável. Uma
região onde finalmente se cumpra Abril”, afirmou.Na
intervenção, também referiu que o Orçamento não dá resposta aos
problemas da vida concreta das pessoas: “Pelo contrário, o governo torna
mais difícil a vida da maioria das pessoas nos Açores”.Entre outros aspetos, lembrou que o BE propõe a contratação de 350 trabalhadores que faltam nas escolas. “Exigimos
que se pague aos trabalhadores da saúde, a quem o governo deve mais de
10 milhões. E, na habitação, é preciso aumentar a oferta pública. Mas o
governo faz o contrário: quer desbaratar imóveis públicos para pagar a
dívida que criou. Urge regular o mercado imobiliário, suspendendo novas
licenças de Alojamento Local nas freguesias com mais de 2,5% de
alojamentos por habitação”, disse.António
Lima vincou ainda que “a economia que a direita está a construir nos
Açores é a economia que se alimenta de baixos salários, de desigualdade e
de pobreza”.“O desenvolvimento de uma
economia avançada assente na ciência e na tecnologia, na investigação do
mar que nos rodeia, é cada vez mais uma miragem nos Açores. Uma miragem
que se perde nos milhões do betão de um Martec sem investigadores, sem
um projeto e para alavancar a ciência e colocá-la ao serviço dos Açores e
das pessoas”, justificou.