BE/Açores diz que precários no Hospital de Ponta Delgada não serão despedidos antes das eleições
20 de dez. de 2023, 19:10
— Lusa
Segundo António
Lima, aquele hospital tem “mais de 300 trabalhadores com contratos
extremamente instáveis, os chamados contratos covid-19, que o Governo
Regional criou e aumentou exponencialmente”.O
dirigente do Bloco de Esquerda nos Açores falava aos jornalistas após
uma reunião com o conselho de administração do Hospital do Divino
Espírito Santo, em Ponta Delgada.O
bloquista recordou que, em 2022, foi apresentada no parlamento dos
Açores uma proposta do BE com vista à integração dos 300 trabalhadores
covid-19, tendo “a maioria [que suporta o executivo açoriano] afirmado
que esta era uma medida populista e chumbado” a proposta.“Passado
um ano, veio o Governo Regional apresentar a mesma proposta, quando num
só ano aumentou em mais de 200 os trabalhadores precários no Serviço
Regional de Saúde. Eram cerca de 300, passaram para mais de 500”,
afirmou o dirigente.De acordo com António
Lima, “quem criou o problema e não quis resolver há um ano, de modo
algum tinha qualquer intenção de resolver”, tendo ressalvado que, “no
que depender do Bloco, os trabalhadores serão integrados” no Serviço
Regional da Saúde.António Lima afirmou ter
a “certeza de que nenhuma administração promoverá o despedimento desses
trabalhadores até à entrada em funções do novo Governo e de uma nova
Assembleia a partir das eleições regionais”.O
dirigente referiu, por outro lado, o subfinanciamento da Saúde nos
Açores, tendo apontado que, no Hospital de Ponta Delgada, “no ano
passado, faltaram cerca de 13 milhões de euros e, neste momento, com
base nos resultados que são públicos, em 2023 este valor poderá atingir
os 26 milhões de euros”.“Este é um valor
brutal que terá consequências gravíssimas ao longo do tempo no Serviço
Regional de Saúde”, afirmou o dirigente do Bloco, que defende que “este
terá que ser bem financiado e gerido”, uma vez que “os recursos são
escassos”.António Lima considerou que a
“precariedade dos serviços públicos da região não é de agora e não
começou com este Governo Regional, vem dos governos do PS”, estando-se
perante “duas faces da mesma moeda”.O
líder do BE/Açores considerou que o Serviço Regional de Saúde "não tem
os recursos necessários por opção política", tendo descartado a
necessidade de um resgate financeiro do setor.