BE/Açores critica PS regional por "fazer política com o medo"
28 de out. de 2021, 18:46
— Lusa/AO online
“É
lamentável que o PS/Açores pretenda fazer política com o medo, dizendo
que ficam em causa verbas importantes para a região devido ao chumbo do
Orçamento do Estado, como o pagamento das ligações interilhas ou as
verbas afetas à região no âmbito do PRR [Plano de Recuperação e
Resiliência]”, indica o BE/Açores em comunicado.Quanto
às transferências para as Regiões Autónomas, o BE diz que “continuarão a
ser realizadas porque se aplica o regime de execução em duodécimos e,
quanto ao PRR, é o próprio Conselho de Ministros que hoje anunciou que o
governo não se demite, para concretizar o PRR que desenhou”.De acordo com o BE, o Conselho de Ministros assume, assim, que “o PRR continuará a ser executado e desmentindo o PS/Açores”.O
PS/Açores alertou hoje que o chumbo do Orçamento do Estado para 2022
(OE2022) prejudica a região, colocando “em causa” verbas para a
comparticipação de prejuízos do furacão Lorenzo ou do Plano de
Recuperação e Resiliência (PRR).Citado
num comunicado do partido regional, Berto Messias, membro do
Secretariado Regional do PS/Açores, alerta que o ‘chumbo’ do Orçamento
da República coloca “em causa um conjunto de matérias fundamentais”,
citando as “verbas para a comparticipação financeira dos prejuízos do
furacão Lorenzo, o pagamento das ligações interilhas, as verbas afetas à
região no âmbito do PRR, entre muitas outras matérias”.Para
o BE, “o que prejudica a região é o não cumprimento, por parte do
Governo da República do PS ao longo dos anos, de vários investimentos
essenciais para os Açores”.Isto,
de acordo com os bloquistas dos Açores, “devido à prioridade sempre
dada aos compromissos europeus em detrimento dos compromissos com as
pessoas”.O
BE enumera “a falta de concretização de investimentos há muito
prometidos, como o estabelecimento prisional de Ponta Delgada, a rede de
radares meteorológicos, os cabos submarinos de comunicações ou o acordo
de financiamento da Universidade dos Açores”.Para
o partido, tal demonstra “bem a falta de execução de investimento
público e justifica também que o Bloco prefira soluções concretas a
promessas vãs”.O
BE/Açores considera que “o chumbo da proposta de OE2022 é fruto da
intransigência negocial do PS e do sonho de António Costa em governar
com maioria absoluta”.“As negociações falharam porque o Governo procurou este desfecho”, diz a estrutura regional do partido.A
Assembleia da República ‘chumbou’ na quarta-feira, na generalidade, o
OE2022 com os votos contra do PSD, BE, PCP, CDS-PP, PEV, Chega e IL,
abrindo caminho a eleições legislativas antecipadas.O
PS foi o único partido a votar a favor da proposta orçamental, que
mereceu as abstenções do PAN e das duas deputadas não inscritas, Joacine
Katar Moreira e Cristina Rodrigues.Antes
da votação, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, já
tinha avisado que, perante um chumbo do OE2022, iria iniciar "logo,
logo, logo a seguir o processo" de dissolução do parlamento e de
convocação de eleições legislativas antecipadas.As
legislativas antecipadas têm de se realizar nos 60 dias seguintes à
dissolução do parlamento e de ser marcadas nesse mesmo momento, de
acordo com o artigo 113.º da Constituição da República Portuguesa.Para
dissolver a Assembleia da República, o Presidente tem de ouvir os
partidos parlamentares, o que acontece no sábado, e o Conselho de
Estado, que se reúne na quarta-feira.