Autor: Lusa /AO Online
“Não queremos que se mantenha a situação atual de recurso abusivo aos programas ocupacionais. O que queremos é que as escolas tenham os recursos necessários com contratos estáveis”, disse o deputado do BE/Açores, António Lima, após reunir com o conselho executivo da Escola Básica Integrada de Lagoa, em São Miguel.
Segundo o Bloco, "ao longo dos últimos meses saíram muitos trabalhadores das escolas – que estavam ao abrigo de programas ocupacionais – sem que esteja a ser acautelado o preenchimento destas necessidades das escolas através de concursos para contratação para os quadros".
António Lima, citado num comunicado, considerou que “a segurança dos alunos está em causa, porque é preciso vigilância nos recreios e nos corredores”.
Os estudantes "com necessidades educativas especiais serão altamente prejudicados, pois precisam de um acompanhamento mais próximo”, denunciou.
Em abril, o parlamento açoriano aprovou uma proposta do Bloco que previa a prorrogação dos programas ocupacionais nas escolas durante mais alguns meses para que os concursos ficassem concluídos e as escolas tivessem os trabalhadores necessários para funcionar.
Segundo António Lima, o Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) "não está a cumprir esta resolução do parlamento", porque "não prorrogou todos os programas ocupacionais que estavam nas escolas" e "muitas escolas estão numa situação de enorme dificuldade”.
"De acordo com dados do próprio governo regional, em janeiro de 2022, as escolas tinham 2.205 [trabalhadores] e, quando estiver concluído o processo de contratações que está em curso, haverá apenas 1.696 trabalhadores nas escolas", assinala o partido.
O Bloco considera que "esta opção do governo de enviar para o desemprego centenas de pessoas que estavam ao abrigo de programas ocupacionais nas escolas" visa "dar resposta às queixas de falta de mão-de-obra no setor do turismo".
“O Governo prefere beneficiar os negócios privados em detrimento da Educação e da segurança dos alunos das escolas dos Açores”, acusou António Lima, que é também o coordenador regional do BE.
Relativamente aos manuais digitais – que serão utilizados pelos alunos do 5º e do 8º ano – António Lima alertou que “ainda esta semana havia escolas que não tinham recebido grande parte dos equipamentos” para todos os alunos, "em vésperas" de arranque do ano letivo.