BE/Açores afasta moção de censura ao Governo Regional
7 de abr. de 2022, 14:36
— Lusa/AO Online
“O BE tem
essa prorrogativa regimental, mas só o fará quando e se entender que é
útil ou necessária. Neste momento, não está colocada esta questão. O
Governo é que entenderá se tem condições, ou não, na análise que faz
para governar e, se entender, poderá apresentar uma moção de confiança”,
afirmou, em declarações à Lusa, o líder regional e deputado regional
bloquista António Lima.O deputado único do
Chega nos Açores, José Pacheco, disse, esta quarta-feira, que “acabou” o
apoio do partido ao Governo Regional, de coligação PSD/CDS-PP/PPM,
avançando que pretende reprovar o próximo Orçamento da região, a ser
discutido no final do ano.“Quando nos
sentimos enganados, temos de dizer ao nosso parceiro que fomos enganados
e que não podemos confiar neles. Obviamente que, em novembro, temos um
Orçamento e está aqui a garantia do deputado do Chega José Pacheco: o
orçamento está chumbado”, adiantou à Lusa.Apenas
os grupos parlamentares podem apresentar moções de censura ao Governo
Regional no Parlamento açoriano, mas o executivo da coligação
PSD/CDS-PP/PPM está dependente dos acordos de incidência parlamentar com
os deputados únicos da Iniciativa Liberal e do Chega e com o deputado
independente Carlos Furtado (ex-CH), para ter maioria parlamentar.Segundo
António Lima, as declarações do deputado do Chega têm “muito pouca ou
nenhuma credibilidade”, até porque já foram feitas ameaças semelhantes
anteriormente e “até aqui nada aconteceu”.“É
mais uma ameaça, talvez para disfarçar o incómodo que sente por apoiar
um Governo que está envolvido num processo como o das Agendas
Mobilizadoras. É mais uma ameaça, no meio de tantas, que já existiram no
passado e que na verdade não deram em nada”, salientou.O
deputado José Pacheco disse na quarta-feira à Lusa que “continua sem
ter eco das propostas” apresentadas para viabilizar o Orçamento Regional
de 2022, como as viaturas para a corporação de bombeiros e os
incentivos à natalidade, ou a remodelação no executivo liderado por José
Manuel Bolieiro.O deputado do BE alegou
que as medidas reivindicadas pelo Chega como argumento para anunciar o
fim do apoio ao Governo “nunca estiveram sequer no orçamento” de 2022.Para
António Lima, os partidos deviam estar mais focados em “responder aos
inúmeros problemas que a região atravessa”, como “o aumento
significativo do custo de vida, com o aumento da inflação que já se faz
sentir”.