BE/Açores acusa Governo Regional de querer poupar na contratação de professores
21 de jul. de 2020, 15:29
— Lusa/AO Online
O
líder do Bloco de Esquerda nos Açores, António Lima, considera
“incompreensível” que o plano para um “regresso seguro às aulas”,
elaborado pelo executivo açoriano para preparar o ano letivo de
2020/2021 em cenário de pandemia, não preveja a “possibilidade de
redução do número de alunos por turma”.O
deputado no parlamento açoriano apontou que “essas orientações passam,
por exemplo, pelo distanciamento nos refeitórios, com 1,5 metros de
distância entre alunos”, mas “não há qualquer indicação sobre qual é o
distanciamento físico entre alunos dentro de uma sala de aula”.Essa
omissão, considerou, “só tem uma explicação: é que reduzir o número de
alunos por turma nas turmas maiores, onde não é possível garantir o
distanciamento, tem custos"."É preciso contratar professores”, exigiu.No documento,
elaborado pela Secretaria Regional da Educação e Cultura, lê-se que a
constituição de turmas deve ser feita normalmente, “não havendo previsão
de redução do número de alunos, ajustando-se, sempre que possível, o
tamanho das turmas à dimensão de cada sala”.De
visita à Escola Básica e Secundária da Povoação, onde se reuniu com o
Conselho Executivo, o bloquista referiu que, “numa escola como esta, da
Povoação, ou outras que não têm capacidade, não têm espaço e não têm
salas onde os alunos possam estar a uma distância física adequada” é
“incompreensível que não se possa reduzir o número de alunos por turma”
para “garantir que haja distanciamento”.“Ainda
há tempo para corrigir essa orientação, dando possibilidade às escolas,
fazendo uso da sua autonomia, de reduzirem o número de alunos por
turma, sempre que isso for necessário, e contratando os recursos
necessários”, afirmou António Lima.O
partido, que já tinha apresentado, na Assembleia Legislativa Regional,
uma proposta de reforço de contratação de pessoal não docente, alertou,
ainda, para a necessidade de corrigir “as regras de reforço de
higienização dos espaços, que são muito exigentes e que implicam
higienização muito frequente”.“Sabendo nós
que há poucos funcionários nas escolas, que há funcionários com idade
muito avançada, muitos funcionários com idades superiores a 60 anos, que
poderão nem poder trabalhar, dadas as condições atuais, por serem grupo
de risco, é necessário contratar funcionários não docentes para
reforçar essas equipas”, defendeu.Esse
reforço não deve passar por “ir buscar pessoas ao abrigo de programas
ocupacionais”, frisou o parlamentar, que considera que “os programas
ocupacionais devem ser para formação e não para suprir as necessidades
permanentes da escola, que é o que acontece em toda a região – são os
programas ocupacionais que garantem o funcionamento das escolas”.Depois
de se reunir com o Conselho Executivo da escola, o grupo parlamentar do
Bloco de Esquerda voltou a defender a construção de um novo edifício
para a EBS da Povoação e sublinhou que os alunos do concelho “merecem e
precisam de ter condições adequadas para a sua educação e para o
convívio, que também é necessário nas escolas”.