BE/Açores acusa Governo de falta de transparência quanto a transportes marítimos
10 de ago. de 2021, 10:33
— Lusa/AO Online
Depois
de terem sido conhecidas, na sexta-feira, as obrigações de serviço
público do transporte marítimo regular e sazonal de passageiros e
viaturas na região, o BE lamenta, em comunicado, que o processo se tenha
pautado pela “falta de discussão pública”.De
acordo com o concurso aprovado pelo executivo regional na quinta-feira,
as ilhas do grupo oriental, São Miguel e Santa Maria, deixam de ter
serviço público de transporte marítimo de passageiros e viaturas, porque
a operação sazonal foi restrita às ilhas do grupo central (Faial, Pico,
São Jorge, Terceira e Graciosa).As
ilhas do grupo ocidental, Flores e Corvo, continuam a ter ligação
regular entre si, apenas para transporte de passageiros, mas a operação
sazonal que ligava as Flores ao resto do arquipélago, e que permitia o
transporte de viaturas, também será suprimida.Numa
nota de imprensa divulgada, o BE adianta que “redigiu um
requerimento ao Governo questionando as razões por detrás da decisão”.O
BE quer saber “se houve alguma audição prévia dos municípios afetados,
dos Conselhos de Ilha e dos parceiros sociais sobre esta profunda
alteração no modelo de transportes em vigor na região”.“Uma
vez que a discussão também deixou à margem a própria Assembleia
Regional, o partido acusa o Governo Regional de falta de transparência
no processo”, prossegue.Na
sexta-feira, o Governo Regional divulgou o comunicado com as
deliberações do Conselho de Governo, realizado, por videoconferência, na
quinta-feira, em que foram aprovadas “as obrigações de serviço público”
do transporte marítimo.O
concurso público internacional, com um preço base de 18 milhões de
euros, então anunciado, prevê a “celebração do contrato de fornecimento
do serviço público de transporte marítimo regular de passageiros e de
viaturas entre as ilhas do Faial, Pico e São Jorge e de passageiros
entre as ilhas das Flores e do Corvo” e o transporte marítimo sazonal de
viaturas e passageiros entre as cinco ilhas do grupo ocidental.Esse
contrato tem um “prazo de dois anos, com possibilidade de prorrogação
por um período máximo de 12 meses”, lê-se no comunicado.O
BE considera que a decisão do executivo de coligação PSD/CDS-PP/PPM
“contraria o disposto no próprio programa de Governo, que garante a
manutenção do serviço público já prestado no que respeita ao transporte
marítimo de passageiros e carga interilhas”.O partido quer, por isso, saber “em que pareceres técnicos se baseou o Governo Regional para a tomada de posição”.Também
a estrutura de Santa Maria do PS manifestou hoje “total desagrado” pela
opção de manter o transporte marítimo sazonal apenas no grupo central,
deixando a ilha sem serviço público de transporte marítimo de
passageiros e viaturas.