BdP e Fundo de Resolução dizem que não há impedimentos à injeção pública de capital
Novo Banco
3 de mai. de 2021, 14:15
— Lusa/AO Online
O
Tribunal de Contas divulgou hoje a auditoria ao financiamento público
ao Novo Banco pedida pelo parlamento, tendo posteriormente sido
divulgados comunicados do Banco de Portugal (supervisor bancário) e do
Fundo de Resolução (entidade que detém 25% do Novo Banco, presidida pelo
vice-governador do Banco de Portugal Máximo dos Santos).Ambas
as entidades coincidem de que a auditoria demonstra que devem ser
cumpridos os contratos feitos no âmbito do Novo Banco, nomeadamente o
contrato do mecanismo de capital contingente pelo qual o Estado tem
capitalizado o banco. Destacam ainda a conclusão da auditoria de que o
mecanismo de capitalização pública tem sido fundamental para a
estabilidade do sistema financeiro.No seu
comunicado, o Banco de Portugal diz que esta auditoria é um
“complemento” aos procedimentos que já existem para avaliar da
legitimidade do dinheiro público recebido pelo Novo Banco, considerando
que a auditoria demonstra que o contrato deve ser cumprido.“A
convicção plena do Banco de Portugal é, por isso, a de que estão
verificadas as exigentes condições para que seja prosseguida a normal
execução dos contratos, permitindo-se assim que seja cumprida a sua
missão de preservação da estabilidade financeira, conforme agora
confirmado pelo Tribunal de Contas”, lê-se no comunicado do Banco de
Portugal.Também o Fundo de Resolução disse
que a auditoria “não identifica nenhum impedimento ao cumprimento dos
compromissos e dos contratos que decorrem do processo de resolução do
Banco Espírito Santo, iniciado em agosto de 2014”.Tanto
Banco de Portugal como Fundo de Resolução referem também que a
auditoria concluiu que o financiamento público ao Novo Banco é essencial
para a preservação da estabilidade financeira.“O
Tribunal de Contas concluiu que o financiamento público do Novo Banco,
através do Acordo de Capitalização Contingente, concorre para a
estabilidade do sistema financeiro, sobretudo porque permitiu que fosse
evitada a liquidação do banco e que fosse reduzido o risco sistémico”,
refere o comunicado do Banco de Portugal.“Como
conclusão central da avaliação do Tribunal de Contas importa salientar
que o Tribunal sustenta que o financiamento público do Novo Banco,
através do Acordo de Capitalização Contingente, contribuiu para a
estabilidade do sistema financeiro, desde logo porque permitiu que fosse
evitada a liquidação do Novo Banco e reduzido o risco sistémico”, diz,
por seu lado, o Fundo de Resolução.O Novo
Banco foi criado em agosto de 2014 na resolução do BES. Apenas ao abrigo
do Acordo de Capitalização Contingente, o Novo Banco já consumiu 2.976
milhões de euros de dinheiro público e, pelo contrato, pode ir buscar
mais 914 milhões de euros.