Bastonário dos médicos espera grande participação na greve
8 de mai. de 2018, 11:43
— Lusa/AO online
Em
declarações à agência Lusa no primeiro dos três dias de greve nacional
de médicos, Miguel Guimarães avisou o Ministério da Saúde que a greve é
“apenas um grito de alerta e um primeiro passo” que os profissionais dão
para manifestar o seu descontentamento.“A
greve é apenas um primeiro passo que os médicos podem dar, têm outras
possibilidades que podem ter mais força que a própria greve”, afirmou.A
denúncia de irregularidades e deficiências no Serviço Nacional de Saúde
(SNS) é uma outra forma de manifestar o descontentamento dos
profissionais, segundo Miguel Guimarães.“O
estilo da Ordem não tem sido denunciar irregularidades, tem sido
denunciar deficiências. Mas também se podem denunciar irregularidades”,
avisou.O
bastonário dos Médicos vai ainda propor à Ordem que seja elaborada uma
“carta essencial de intenções e compromissos” que vai ser apresentada ao
ministro da Saúde e que seja divulgada publicamente.“Não se trata de questões laborais, mas questões essenciais que têm a ver com os doentes”, indicou.Sobre
a greve que hoje se inicia, Miguel Guimarães diz esperar que o protesto
tenha como consequência fazer com que “o ministro da Saúde se passe a
interessar mais pela saúde dos portugueses e que valorize mais o seu
pelouro dentro do Governo”.O
bastonário reforça que a situação do SNS se tem degradado ao longo dos
últimos anos e, embora não sendo apenas uma responsabilidade do atual
Governo, considera que este executivo nada tem feito para reverter a
situação.Questionado
pela Lusa, Miguel Guimarães assumiu que ele próprio fará greve. O
bastonário é médico urologista no Hospital São João, no Porto, e
continua a exercer,Os
médicos iniciaram hoje às 00:00 três dias de greve nacional, uma
paralisação que os sindicatos consideram ser pela “defesa do Serviço
Nacional de Saúde”.A
reivindicação essencial para esta greve de três dias é “a defesa do
SNS” e o respeito pela dignidade da profissão médica, segundo os dois
sindicatos que convocaram a paralisação – o Sindicato Independente dos
Médicos (SIM) e a Federação Nacional dos Médicos (FNAM).Em
termos concretos, os sindicatos querem uma redução do trabalho
suplementar de 200 para 150 horas anuais, uma diminuição progressiva até
12 horas semanais de trabalho em urgência e uma diminuição gradual das
listas de utentes dos médicos de família até 1.500 utentes, quando
atualmente são de cerca de 1.900 doentes.Entre
os motivos da greve estão ainda a revisão das carreiras médicas e
respetivas grelhas salariais, o descongelamento da progressão da
carreira médica e a criação de um estatuto profissional de desgaste
rápido e de risco e penosidade acrescidos, com a diminuição da idade da
reforma.Para hoje à tarde, a FNAM agendou ainda uma concentração em frente do Ministério da Saúde, em Lisboa.A
paralisação nacional de três dias, que termina às 24:00 de
quinta-feira, deve afetar sobretudo consultas e cirurgias programadas,
estando contudo garantidos serviços mínimos, como as urgências,
tratamentos de quimioterapia, radioterapia, transplante, diálise,
imuno-hemoterapia, cuidados paliativos em internamento.