Autor: Paula Gouveia/AO Online
De acordo com semanário
que esteve presente no Congresso Internacional de Astronáutica em
Bremen (Alemanha) - onde o ministro apresentou o concurso público
internacional perante uma plateia com mais de 100 representantes de
empresas e agências espaciais de todo o mundo, bem como jornalistas dos
principais media da área do Espaço - entre os interessados estão algumas
das maiores empresas espaciais do mundo como a OHB, a maior da Alemanha
e a americana Northrop Grumman. Mas da lista constam também as
portuguesas Lusospace, CEIIA (Centro de Engenharia e Desenvolvimento de
Produto), Omnidea/RTG, Deimos Engenharia (do grupo espanhol Elecnor
Deimos) e Edisoft (do grupo francês Thales), tal como a britânica Orbex
(onde a Deimos é um dos acionistas) a italiana Avio e a espanhola PLD.
O Expresso adianta ainda que Manuel Heitor sublinhou, durante a apresentação, as “vantagens únicas na Europa” de Santa Maria para a instalação de uma base espacial para pequenos lançadores (foguetões) e pequenos satélites: a sua localização estratégica a meio do Atlântico, entre a Europa, a América e África, permitindo trajetórias de lançamento sobre o mar sem obstáculos ou zonas povoadas, para órbitas polares e heliossíncronas (que acompanham a luz do Sol), que são as de maior interesse comercial; a maior proximidade ao Equador relativamente aos projetos europeus concorrentes (Escócia, Suécia, Noruega), o que permite poupanças de energia nos lançamentos; o clima (Santa Maria é a única ilha dos Açores com clima mediterrânico); e os incentivos ao investimento existentes ou que vão ser criados, refere o semanário.
O
jornal explica também as razões do interesse da agência espacial
indiana em Santa Maria: a ISRO, para conseguir colocar satélites em
órbita geoestacionária tem de fazer uma grande manobra para evitar a
passagem das trajetórias pelo Sri Lanka (21 milhões de habitantes),
perdendo 30% da capacidade de carga por causa do transporte de mais
combustível.
Processo vai ser decidido em seis meses
As manifestações de
interesse de empresas e organizações espaciais no concurso lançado por
Portugal têm de ser entregues até 31 de outubro, um prazo curto para não
dar tempo à concorrência de outros projetos no Atlântico (Escócia,
Suécia e Noruega). O ministro disse ao Expresso que “o processo deverá
estar concluído dentro de seis meses, de modo a que no verão de 2019
haja um consórcio que possa concretizar o projeto, para que os primeiros
lançamentos de satélites ocorram em 2021”.
O júri do concurso
português esteve no congresso de Bremen e é constituído por Jean-Jacques
Dordain, antigo diretor-geral da ESA (coordenador); Gaele Winters,
ex-diretor da ESA para os lançadores; Dava Newman, que já foi
astronauta, administradora da NASA e diretora do programa MIT Portugal; e
Byron Tapley, fundador do Centro de Estudos do Espaço na Universidade
do Texas em Austin (UTA).